ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
05-7-2010.
Aos cinco dias do mês de julho do ano de dois mil e
dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, André
Carús, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Maristela Maffei, Mauro Zacher e
Nelcir Tessaro. Constatada
a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Aldacir
José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Maurício Dziedricki,
Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir
Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Adeli Sell, juntamente com os
vereadores Bernardino Vendruscolo e Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 105/10 (Processo nº 2391/10); pelo vereador Bernardino
Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/10 (Processo
nº 2265/10); pelo vereador DJ Cassiá, o Projeto de Lei do Legislativo nº 116/10
(Processo nº 2571/10); pelo vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 104/10 (Processo nº 2388/10); e pelo vereador Nelcir Tessaro, os
Projetos de Lei do Legislativo n° 119 e 120/10 e o Projeto de Resolução nº
018/10 (Processos nos 2597, 2599 e 2681/10, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 597344, 598934, 599078, 599909,
607619, 622907, 624967 e 650324/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram
aprovadas as Atas
da Quinquagésima Terceira Sessão Ordinária, da Sexta Sessão Extraordinária e da
Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta,
Décima Quinta, Décima Sexta e Décima Sétima Sessões Solenes. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Nelcir Tessaro e DJ Cassiá, este em
tempo cedido pelo vereador Nilo Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Airto Ferronato, João Antonio Dib, Maristela
Maffei, Tarciso Flecha Negra, Adeli Sell, Fernanda Melchionna, Engenheiro Comassetto,
este pela oposição, André Carús e Nilo Santos. Na oportunidade, foi apregoada a
Subemenda nº 01, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do
PP, e da vereadora Juliana Brizola, à Emenda nº 05 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 106/05 (Processo nº 2267/05). Também, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador
Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, solicitando
alterações na composição das vagas de titular da Segunda Comissão Representativa,
com a indicação dos vereadores Paulo Marques, Haroldo de Souza, Nilo Santos e
Dr. Thiago Duarte para as vagas dos vereadores João Pancinha, Valter
Nagelstein, Marcello Chiodo e
Luciano Marcantônio, respectivamente. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento de autoria
do vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
solicitando, por indicação do vereador Paulinho Rubem Berta, Líder da Bancada
do PPS, a substituição do vereador Elias Vidal pelo vereador Toni Proença na
vaga de titular da Segunda Comissão Representativa. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 059/10 (Processo nº 2642/10), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores André Carús, Reginaldo Pujol, Maristela Maffei, Idenir Cecchim,
Airto Ferronato e Pedro Ruas. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal
formulado pelo vereador Paulo Marques, solicitando a retirada do Requerimento
nº 062/10 (Processo nº 2692/10) da priorização para a Ordem do Dia da presente
Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 006/10 (Processo nº 0426/10). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 008/10 (Processo nº 1474/10), após ser discutido
pelo vereador Reginaldo Pujol. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria
da vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo senhor Presidente, solicitando votação
em destaque para o § 1º do artigo 9º, conforme consta na Subemenda nº 01 aposta
à Emenda nº 05 do Projeto de Lei do Legislativo nº 106/05. Ainda, foram apregoados
o Projeto de Resolução nº 020/10 (Processo nº 2706/10), de autoria do vereador
Nelcir Tessaro, e o Projeto de Lei do Legislativo nº 088/10 (Processo nº
2018/10), de autoria do vereador João Antonio Dib. Também, foi apregoada a Subemenda
nº 01, de autoria da vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PCdoB, à
Subemenda nº 01 aposta à Emenda nº 05 do Projeto de Lei do Legislativo nº
106/05. Em Discussão Geral e Votação, foi votado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 043/09 (Processo nº 1175/09), o qual obteve quinze votos SIM e um voto NÃO,
após ser discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Beto Moesch, Pedro Ruas, Maria
Celeste, Fernanda Melchionna, Dr. Raul, Maristela Maffei, João Carlos Nedel e
André Carús e encaminhado à votação pelo vereador Reginaldo Pujol, em votação
nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, André Carús, Beto Moesch, Dr. Raul, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Mauro Zacher, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença e Não
o vereador Reginaldo Pujol, votação esta declarada nula pelo senhor Presidente,
em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante a apreciação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 043/10, o vereador Airto Ferronato cedeu seu tempo de
discussão ao vereador Pedro Ruas. Às dezessete horas e vinte e quatro minutos,
constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Reunião Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro, Bernardino Vendruscolo e João Carlos
Nedel e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu,
Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em
votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas da
53ª Sessão Ordinária, 6ª Sessão Extraordinária, 9ª Sessão Solene, 10ª Sessão
Solene, 11ª Sessão Solene, 12ª Sessão Solene, 13ª Sessão Solene, 14ª Sessão Solene,
15ª Sessão Solene, 16ª Sessão Solene, 17ª Sessão Solene. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Passamos
ao
GRANDE
EXPEDIENTE
Solicito
ao Ver. Bernardino Vendruscolo que assuma a presidência dos trabalhos, para que
eu possa fazer meu pronunciamento em Grande Expediente.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Ver. Bernardino Vendruscolo. Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhores da imprensa, venho a esta tribuna, utilizando o período do Grande
Expediente desta data, manifestar a minha preocupação, tendo em vista que, na
próxima semana, o Tribunal de Contas deste Estado vai iniciar, já na
terça-feira, a fiscalização das execuções das obras pertinentes à Copa do
Mundo. Os meios de comunicações no final de semana, quando entrevistaram o
ex-Presidente desta Casa, o Ver. Larry Pinto de Faria, também manifestaram a
sua preocupação em relação a esse assunto.
No
sábado, tivemos a oportunidade de fazer uma visita às obras na Vila Dique, onde
as famílias ficam na cabeceira da pista do Aeroporto Salgado Filho. Vimos que
muito resta ainda a ser feito nas habitações que foram consagradas e prometidas
pelo Executivo. Entendemos que obras essenciais devam acontecer além do horário
normal, bem como ser executadas aos sábados e domingos, pois, em relação às 1,5
mil habitações, temos somente trezentos moradores lá residindo no momento. A
Copa do Mundo de 2014 começa pelo Aeroporto Salgado Filho. Não adianta termos
um estádio pronto, não adianta termos avenidas, se não tivermos um aeroporto
que possa receber voos vindos direto da Europa, Ásia, África, enfim, de todos
os cantos do mundo. E já tivemos problemas, neste inverno, com o Aeroporto
fechado, tendo em vista a neblina, algo que acontece principalmente no nosso
inverno. Essa é a grande preocupação. Já estamos a três anos, praticamente, da
Copa das Confederações, já foi fixado um prazo para estarem prontas as nossas
obras, com a fiscalização pela FIFA, mas as obras ainda não iniciaram. Sequer
os projetos da Vila Nazaré foram encaminhados à Caixa Econômica Federal.
Mantendo contato, hoje fui informado de que os projetos ainda não existem. Se
os projetos não existem, sabendo da morosidade para a sua aprovação, como
ficarão as obras, se ali serão mais 1,4 mil famílias que obrigatoriamente terão
de sair para que o Aeroporto possa funcionar?
Também
a respeito da Vila Floresta, que fica ao lado do Aeroporto: o Estado e a
Infraero comprometeram-se a fazer indenizações àquelas famílias, e até o
momento não houve pronunciamento e nem a avaliação daquelas unidades
familiares. Essa preocupação, acredito, é da sociedade. Todos nós temos que nos
preocupar, o Legislativo junto com o Executivo, e buscar uma solução para
agilizar as obras da Copa do Mundo.
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, quero me
associar à sua preocupação, porque, já em 2007, quando presidi a COSMAM, aqui
na Casa realizamos uma audiência pública para tentar resolver a questão do
Aeroporto, da Vila Dique, enfim. Estiveram presentes o Prefeito e o
Vice-Prefeito de Eldorado do Sul, com a ideia de colocar um aeroporto na Região
Metropolitana. Sabemos da imensa dificuldade em ampliar, por exemplo, a pista
do Aeroporto Salgado Filho, de 2.280 metros para 3.200 metros. E essa questão é
muito envolvente, muito importante, pois, quando acontecer efetivamente essa
ampliação, ela vai levar Porto Alegre para um novo patamar. Nós precisamos
fazer com que isso aconteça, precisamos pensar bem a questão do nosso Aeroporto
e acelerar a mudança das famílias das Vilas Dique e Nazaré, uma mudança de uma
maneira digna, de uma maneira consistente, mas que a Cidade avance, que haja
desenvolvimento.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado
pela sua contribuição, Ver. Dr. Raul. Essa é uma preocupação, acredito, de
todos os colegas desta Casa, pois não adianta estarmos trabalhando, aprovando
nesta Casa isenções de impostos para a Arena do Grêmio ou para o Internacional,
sem que sejam feitas as obras do Aeroporto Salgado Filho, principalmente as
obras do entorno. Temos que resolver o problema daquelas moradias, dar
dignidade àquelas famílias, o que não vem acontecendo como deveria. Nós
acreditamos que, se em um ano foram reassentadas trezentas famílias, para
chegarmos a 2,8 mil famílias, o tempo é muito curto. A execução dessas obras
tem que ser em caráter de urgência: aos sábados, domingos, feriados, além das
oito horas diárias. Nós precisamos fazer com que essas obras aconteçam
urgentemente.
Na
semana passada, recebemos aqui a representação dos moradores da Vila Cruzeiro,
da Av. Tronco, manifestando a sua preocupação com o alargamento daquela
Avenida. Ali residem 1,7 mil famílias, e, sem a ampliação ou a execução da Av.
Tronco, nós sabemos que a parte sul da Cidade ficará prejudicada quando da
realização dos jogos da Copa do Mundo. Sabemos que, nas Avenidas Beira-Rio e
Padre Cacique, não será permitido o trânsito de veículos; sendo assim,
precisamos fazer com que também aquelas famílias sejam logo reassentadas, ou,
quem sabe, através do bônus-moradia, sejam contempladas, como aconteceu no
Socioambiental, e possam buscar uma residência digna, não necessitando que haja
as construções naquele entorno. Porque sabemos que não existe possibilidade de
assentar aquelas famílias naquela região, por não existir espaço para
construção. Temos que buscar mecanismos para isso; não podemos chegar a 2012
para pensarmos em 2013. Não vamos ter essa execução, com a toda certeza, se
esperarmos esse tempo, tão próximo, chegar.
Temos
a duplicação da Av. Beira-Rio, onde as obras já foram liberadas para a Cidade,
porém ainda pende de conclusão da sua licitação para fazer com que haja o
início dessa Avenida. É uma avenida fundamental para que possamos ter o fluxo
de veículos do Centro à Zona Sul de Porto Alegre. Enfim, toda a sociedade vai
ser beneficiada por essa grande obra de Porto Alegre. Temos previsão de obras
em todos os cantos da Cidade, mas, se não houver aceleração na sua execução,
não será possível. Vimos, quando estivemos com a comitiva do Prefeito José
Fortunati e demais entidades porto-alegrenses em Xangai, que todas as obras que
mexiam na parte viária da cidade ou que tivessem necessidade de construção com
rapidez funcionavam aos sábados e domingos e também à noite. Não entendo por
que em Porto Alegre não se pode fazer essa execução, Ver. Idenir Cecchim.
Entendo que obras essenciais são prioritárias na Cidade. Nós não devemos
colocar o andamento e esperar que haja uma prorrogação, aditivos e mais
aditivos, e, quando chegar ao final dessa obra, ela ficar incompleta, como já
ocorreu em diversas obras que não se complementaram na Cidade. É muito importante
fazermos este discurso e tomarmos uma atitude, para que todos os nossos Pares
do Legislativo busquem, junto ao Executivo, uma providência.
O
Sr. Idenir Cecchim: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Nelcir Tessaro.
Acho importante o seu pronunciamento, é construtivo e tem fundamento. Vossa
Excelência foi Diretor-Geral, foi Secretário de Habitação do Município, fez um
grande trabalho. Fui seu colega na Administração, nos primeiros quatro anos do
Governo Fogaça, sei do seu empenho em fazer as obras andarem, e elas andaram.
Sinceramente, eu acho que o pessoal que comanda hoje a Habitação do Município
podia dar um pouquinho mais de atenção ao ritmo que V. Exª adotava no comando
da Habitação de Porto Alegre, que talvez seja um dos principais gargalos para
que se termine o Aeroporto. Está muito demorada a obra do DEMHAB, a
transferência do pessoal da Vila Dique para aquele loteamento fantástico,
bonito e bem equipado que V. Exª deixou pronto.
O
SR. NELCIR TESSARO:
Obrigado, Ver. Idenir Cecchim, pela sua contribuição. Eu quero dizer mais,
Vereador: penso que precisaríamos ter um comitê, junto com o Executivo, para
fiscalizarmos e sugerirmos ideias para o Executivo. O nosso papel não é apenas
criticar, mas auxiliar para que as obras aconteçam. Nós precisamos dar amparo
legal. Se for necessário, que o Executivo encaminhe para cá um projeto, para
que possamos fazer com que as obras sejam executadas à noite, aos sábados,
domingos, feriados, enfim, fazer com que haja celeridade nesse processo. Eu
acredito que todos os Vereadores desta Casa estão empenhados em fazer isso. O
que não podemos, Ver. Dib, é ficar aguardando, aguardando, e a execução não
acontecer, e, próximo à Copa do Mundo, dizerem que Porto Alegre não vai ser
contemplada porque não houve a realização, principalmente, do que foi fixado
pela FIFA, quando da visita ao Estado.
Nós
precisamos, justamente, é de celeridade, só queremos isso. Queremos que a
empresa que foi contratada para concluir as obras em 24 meses - já se passaram
mais de 12 meses, foi concluído apenas cerca de 25% - seja notificada ou que
haja outra maneira para fazer com que a execução tenha andamento. Queremos que
a Caixa Econômica Federal seja parceira nessa execução e, se houver problema de
liberação de recursos, que possa, juntamente com as pessoas que comandam o PAC,
fazer essa liberação urgente, para acelerar o cronograma. Não podemos fazer com
que um programa de aceleração seja desacelerado, é o inverso do que
pretendemos. E todas as obras são primordiais para a Cidade. Não é porque é
Copa do Mundo que vamos dizer que, se não existisse a Copa do Mundo, essas
famílias não seriam beneficiadas. Ainda bem que existe a Copa do Mundo, porque
assim, com toda a certeza, o Executivo vai fazer com que essas famílias tirem
proveito desse evento, e nós vamos fazer com que famílias e mais famílias
também sejam beneficiadas.
Também
não podemos esquecer de fazer, antes de as famílias das Vilas Dique e Nazaré
serem transferidas na sua totalidade, a manutenção no loteamento, para que eles
não sofram quando acontecerem calamidades, como o alagamento que ocorreu há
duas semanas, quando tiveram que deixar suas casas. O Poder Público tem que
estar atento a essas situações e ter um comitê para fazer a gestão dos projetos
prioritários para a Cidade, de todos os projetos do PAC. O Programa Minha Casa,
Minha Vida, juntamente com a contratação das verbas do PAC para a transferência
das famílias, terá verbas aplicadas. Ou, se assim entendermos, para as 1,4 mil
famílias da Vila Nazaré, cujas habitações têm valor de 41 mil reais, é o mesmo
do Programa Minha Casa, Minha Vida, para facilitar podemos fornecer o
bônus-moradia nesse valor. Eu entendo que não podemos construir novas vilas em
Porto Alegre. Seria muito mais fácil destinarmos o valor correspondente a uma
habitação, e essas famílias procurarem residir onde bem entendessem, onde
tivessem colégio, tivessem postos de saúde, onde tivessem trabalho. Então, nós
temos que verificar.
É
claro que a construção de novas unidades gera empregos principalmente para os
trabalhadores que têm menor qualificação, mas também temos que pensar nas
famílias que ali residem. Elas não podem ser colocadas numa nova vila, distante
do Centro, distante de colégio, distante do trabalho ou em outra região da
Cidade. Nós não podemos permitir que as famílias da Zona Norte vão para a Zona
Leste de Porto Alegre, porque é muito distante. Seria necessária uma
readaptação, até para que essas famílias pudessem buscar seu convívio familiar,
seu emprego, sua escola e seu posto de saúde.
Por
isso, colegas Vereadores e representantes do Executivo, clamamos para que haja
urgência na execução das obras prioritárias para a Copa do Mundo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
estou aqui pedindo Comunicação de Líder em razão de eu ter que dar uma saída
breve, para ir a um velório. Quero dar os parabéns, cumprimentar o Ver. Nelcir
Tessaro pelo seu pronunciamento e dizer que está correta a sua preocupação no
que diz respeito às obras para a Copa de 2014. A Câmara Municipal e nós, muitas
vezes, fomos criticados, mas agimos, meu caro Presidente, sempre com a
celeridade exigida. Todo projeto referente à Copa que aqui entrou sempre teve
por parte do Executivo, meu caro Presidente, um pedido de agilização, em razão
do tempo que se precisa para essas obras. Isso começou antes de 2009, antes da
nossa entrada para a Câmara e continuou em 2009 e em 2010.
Se
as obras públicas para a Copa do Mundo estão em atraso, também a iniciativa
privada anda lerda demais. Eu cito o exemplo do Cais Mauá. Eu era o Relator do
processo do Cais Mauá no PDDUA e passei o ano inteiro pedindo que o Executivo
mandasse o projeto para cá, mas não mandavam. Quando o Executivo encaminhou o
Projeto, foi pedida urgência urgentíssima, e nós saímos a discutir o Projeto em
alta velocidade, porque precisava ser licitada a obra do Cais Mauá. É uma
grande obra para a Cidade, e nós votamos favoravelmente, com apresentação de
diversas Emendas. Pois até hoje, passado bem mais de meio ano, a única coisa de
que se ouviu falar com alarde foi que a Governadora, na semana passada, teria
autorizado o início da licitação para a obra. Eu aqui não estou fazendo
críticas à Governadora Yeda Crusius, estou apenas relatando fatos. Meu caro
Cecchim, V. Exª era Secretário, estava o Executivo aqui para que se agilizasse,
e parece-nos que está devagar. Por outro lado, repito, todas as obras da
Cidade, ao meu sentir, estão atrasadas.
Nós,
aqui na Câmara - está correta a posição de V. Exª mais uma vez -, aprovamos um
Projeto de minha autoria, meu caro Presidente Tessaro, que cria um comitê, uma
comissão especial para quatro anos, para tratar da Copa do Mundo. Nós também
estamos um pouco atrasados, mas acredito que, enquanto não sai a comissão,
mesmo assim temos que estar atentos e acreditar que todas essas obras sairão no
prazo estabelecido e serão de importância fundamental para a Cidade e para a
Copa do Mundo. Em 2014, nós venceremos a Copa se não chamarmos esses jogadores
que foram bastante mal! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
meus senhores e minhas senhoras, hoje pela manhã, numa cerimônia muito singela,
foi inaugurada a placa indicativa do Largo Telmo Thompson Flores. Uma placa de
granito com letras gravadas e que diz que ele foi professor, engenheiro,
Prefeito, mas, sobretudo, um cidadão. Foi, como eu disse, uma cerimônia
singela, e lá estava o ex-Prefeito Guilherme Socias Villela, outro grande
Prefeito desta Cidade, e o sobrinho do ex-Prefeito Telmo Thompson Flores, Dr.
Alcimir Richter, que fez a inauguração da placa. Se vivo fosse, hoje Telmo
Thompson Flores faria 89 anos. Ele deixou a Prefeitura há trinta e cinco anos,
não foi ontem. Muitos Vereadores aqui talvez não tenham trinta e cinco anos de
idade, mas as obras que ele realizou nesta Cidade - e foram chamadas de obras
faraônicas na oportunidade - hoje mostram a validade da sua visão, da sua
competência, do seu amor à sua Cidade, algo que ele soube tão bem fazer. O
Largo Telmo Thompson Flores fica abaixo do viaduto D. Pedro I, o segundo
viaduto que ele construiu na nossa Cidade.
Ele
foi um professor de primeira linha, foi o único aluno laureado da Escola de
Engenharia durante muito tempo. Não sei se hoje a Escola de Engenharia tem
outro aluno laureado, mas durante muito tempo ele foi o único aluno laureado, o
que mostra a sua capacidade de aprender, de sentir e de procurar melhorar.
Quando fazia suas obras, ele fazia pensando no futuro. Ele foi sucedido por
Guilherme Socias Villela, que encontrou, além das obras realizadas, projetos
elaborados na administração Telmo Thompson Flores, projetos que permitiram a
Villela fazer uma grande administração, e também Villela deixou projetos para
serem executados nesta Cidade. Nós podemos dizer que Thompson e Villela
realizaram os sonhos de Loureiro da Silva na sua primeira administração, quando
projetou Porto Alegre para o futuro. Mas Telmo Thompson Flores iniciou uma
caminhada gloriosa, continuada por Villela, e a Cidade, hoje, recente-se de
projetos - nós não temos projetos. Ao longo de dezesseis anos, permitimos que a
Secretaria de Planejamento pudesse ser desmembrada, desestruturada, ela não tem
mais as condições que um dia teve tanto com Thompson Flores como com Villela.
Inclusive, quando fui Prefeito, eu recebi a Prefeitura com a Secretaria do
Planejamento fazendo o Orçamento da Cidade e a mantive assim.
Ora,
esta homenagem que a Cidade presta ao seu grande Prefeito é uma homenagem justa
e, como eu disse, singela. Mas nós precisamos lembrar todos os dias desse
Prefeito, que amou esta Cidade, que nasceu nesta Cidade e a quem devemos muito.
A Câmara não lhe permitiu fazer uma obra, e isso ele deve estar lá do céu
olhando; não lhe permitiu fazer a elevada sobre a Av. Mauá, para a qual ele
tinha, como Diretor do DNOS, feito as fundações, estava pronta para receber,
mas a Câmara não permitiu, pois, naquele tempo, era necessário que o
Legislativo aprovasse os contratos das concorrências do Executivo. A Câmara não
negou, mas não aprovou, portanto não permitiu que a obra fosse realizada, e
hoje ela seria da mais alta valia, mostraria, mais uma vez, a visão que aquele
homem tinha. Antes de ser Prefeito, ele já fazia fundações junto ao Muro da
Mauá, que ele fez como Diretor do DNOS, para que ele recebesse a elevada sobre
a Av. Mauá. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje é véspera de
recesso nesta Casa, mas é uma Casa que não para, pois temos as Reuniões
Representativas. Presidente, eu quero falar a respeito do bairro onde moro e da
Cidade onde vivo. Quero dizer que hoje estou protocolando nesta Casa, baseado
no Projeto Operação Urbana Consorciada Lomba do Pinheiro, a alteração do PLL,
que modifica o zoneamento daquela região, trazendo à luz o Projeto que foi
construído com o Executivo Municipal, um trabalho realizado durante oito anos
com todo o movimento organizado: Conselho Popular, Centro Administrativo e
Associações de Moradores. Também temos o reconhecimento do trabalho da SPM, da
Secretaria Municipal de Planejamento, juntamente ao Gabinete do Prefeito.
Hoje
a Lomba do Pinheiro comporta aproximadamente oitenta mil pessoas. No Projeto há
duas Emendas fundamentais. Uma delas é uma agenda de Porto Alegre para o mundo,
que é o polo tecnológico em torno do Ceitec, indústria limpa de semicondutores
que vai trazer um novo vigor, um novo momento; já trouxe a partir da instalação
do Centro de Excelência em Tecnologia, que é a primeira indústria de chip
na América Latina. Com isso, nós teremos em Porto Alegre uma nova vocação. E a
diferença disso tudo não é mais apenas uma indústria, Ver. Dib, mas uma estatal
que produz reserva intelectual a partir do Ceitec. As empresas subsidiárias que
estarão aglutinadas no entorno vieram de uma Emenda desta Vereadora, Emenda
aprovada por todos os Vereadores desta Casa, aproveito para agradecer ao Ver.
Toni Proença, que muito nos ajudou.
A
outra coisa que muito anima aquela região é a questão da Reserva Técnica para o
futuro Hospital da Lomba do Pinheiro. Também há uma Emenda de minha autoria,
Sr. Presidente, que deixa, em relação ao Pronto Atendimento da parada 12
daquela região, com aquela dimensão geográfica, com aquele número populacional,
a possibilidade... Já foi sancionada pelo Prefeito Fogaça, agora o Prefeito
Fortunati se empenha em nos ajudar. Deixou publicamente, na última reunião do
Orçamento Participativo, a possibilidade de uma frente para discutir a
realização do projeto do Hospital e o subsídio financeiro para tal. O fato de
eu não estar mais cotidianamente aqui não me tira das lutas - o Parlamento é
uma das instâncias de luta. A Casa não pode fechar os olhos para as lideranças
que estão ali, lideranças que, eleitas ou não, continuam no movimento. Nós não
vamos aceitar oportunismo de pessoas que querem construir apenas com duas ou
três pessoas suas e não querem ampliar. Lá temos todas as forças vivas da
sociedade, temos um movimento organizado e pluripartidário, que é realmente uma
referência. E, assim, nós queremos fazê-lo.
Para
terminar, Sr. Presidente, quero dizer que estou protocolando nesta Casa a
modificação, a adequação do Projeto Operação Urbana Consorciada Lomba do
Pinheiro, modificando o PLL, estendendo e adequando a expansão do bairro Lomba
do Pinheiro, incluindo o Ceitec. Também, com muita honra, protocolei nesse
momento, com a assinatura da maioria das Lideranças desta Casa, uma homenagem à
Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, a ex-Deputada Jussara Cony, com
o Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre. Ela é uma cidadã construtora das
vontades dos movimentos das mulheres, da área da saúde, é uma grande camarada
do meu Partido, o PCdoB. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo
Subemenda nº 01 à Emenda nº 05, de autoria dos Vereadores que compõem a
Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, ao PLL nº 106/05 (Lê.):
“Acrescentam-se à redação proposta pela Emenda nº 05 ao art. 9º do Projeto os
seguintes parágrafos: § 1º - As despesas oriundas do financiamento do Programa
Vou à Escola para os alunos do ensino de nível médio serão integralmente
financiadas pelo Estado do Rio Grande do Sul, conforme determinação
constitucional. § 2º - Mediante convênio, o Município de Porto Alegre assumirá
as ações de execução e fiscalização do Programa Vou à Escola no nível do ensino
médio, desde que essas despesas sejam financiadas pelo Estado do Rio Grande do
Sul.”
O
Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente; boa-tarde, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos
que nos assistem. Eu tive o cuidado, ontem e anteontem, de acompanhar quase
toda a mídia do Brasil para ver a chegada da Seleção brasileira e das outras
Seleções que não conseguiram ir até o final. Seria muito fácil eu falar bem do
Dunga aqui caso o Brasil fosse campeão do mundo. O difícil é quando perde.
Dunga, meus parabéns pelo trabalho que fizeste na Seleção brasileira! Eu ouvia,
na mídia, as palavras lindas de um escritor: “Isso é somente futebol, gente. É
uma Copa do Mundo de quatro em quatro anos.” Muitos países ganharam, e muitos
outros irão ganhar. O Brasil é um dos maiores ganhadores desse evento. Vi o
Maradona chegando à Argentina, e a Seleção argentina era recebida com carinho,
com amor, com aplauso, por tudo que eles fizeram lá; eles foram os guerreiros
da Argentina.
O
povo de Porto Alegre é diferenciado, recebeu o Dunga com amor, com carinho, mas
o Brasil não recebeu o Dunga assim. Rio de Janeiro, São Paulo não receberam a
Seleção brasileira assim; os jogadores estavam pedindo, pelo amor de Deus, para
saírem. Gente, os jogadores ficaram um mês e pouco longe de seus filhos, de
seus familiares, isso é só um jogo! Não existe quem fez mais, quem é mais
bonito, quem joga mais, quem ganha mais, aquilo ali é futebol, quando a bola
entra, não tem, é assim. Eu hoje sou torcedor do Brasil, do Grêmio Foot-Ball
Porto Alegrense. Vamos olhar o jogo com mais amor, com mais carinho, e não com
violência dentro do coração - não existe apenas a violência de fora, a
violência existe também dentro de nós. Hoje muitas pessoas têm contra o Dunga
isso ou aquilo, mas, se ele tivesse trazido a Copa do Mundo, ele seria o Luiz
Felipe quando não levou o Romário, e estava todo mundo esperando para dar a
lambada, como esperaram do Dunga. Dunga, meus parabéns pelo que tu fizeste;
meus parabéns mesmo, porque ouvi dos jogadores, dos teus jogadores, que tu
foste um líder, um guerreiro também junto com eles!
Outro
assunto, Sr. Presidente: o Sr. Milton Vanderlei da Silva, de Porto Alegre,
morador do Centro, reclama da iluminação na Praça da Alfândega; ela é escura e
há assaltos, em toda a Rua da Praia é assim. Esse pedido, Seu Milton, é um
dever nosso de Vereadores. Esse pedido já foi feito no dia 04 e chegou agora,
no dia 29, da SMOV. Creio eu que vão tomar providências fazendo com que aquela
Praça fique iluminada; que as pessoas tenham segurança à noite para andarem por
ali. É difícil. Nós somos Vereadores, eleitos pelo povo para fiscalizar a
Cidade, para cobrar, fiscalizar e cobrar. É o que nós, os 36 Vereadores,
estamos aqui fazendo.
Quero
agradecer ao meu Líder, Ver. Mauro Zacher, que cedeu o seu tempo para que eu
pudesse - não confortar o Dunga, porque ele não precisa disso - dizer: continua
nessa linha, Dunga, que é aí que estão os grandes homens e os grandes
treinadores! Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente; meu caro Líder Comassetto, obrigado pela cedência do tempo da nossa
Bancada para falar em Liderança neste dia tão importante, em que nós estamos
encerrando o primeiro semestre legislativo deste ano. Quero dizer para a
população que, mesmo em recesso, nós continuamos trabalhando e, às vezes, tanto
quanto nas Sessões. As Sessões são uma parte apenas do trabalho parlamentar.
Até porque na minha Comissão, em que está também o Ver. DJ Cassiá, a Comissão
de Cidadania e Direitos Humanos, há várias pendências. Acabei, agora, de ser
cobrado por uma agenda, uma pendência que temos, por exemplo, com a FASC, algo
que vou continuar cobrando amanhã, depois de amanhã, até haver a solução do
problema.
A
Cidade tem muitas demandas, infelizmente aconteceram muitas coisas que viraram
um verdadeiro abandono nesta Cidade, e nós temos de resolver esta questão. Por
exemplo, hoje recebi uma denúncia sobre a venda de fichas em postos de saúde na
Entrada da Cidade. Eu chequei - vejam como as coisas funcionam -, coloquei no
meu twitter, e cinco minutos depois três enfermeiras do posto entraram
em contato comigo. Eu quero louvar essas servidoras públicas e dizer,
inclusive, os seus nomes: Sílvia, Márcia e Jane, que entraram em contato
comigo. Eu acho, Presidente, que isso é um exemplo de serviço público. E isso é
preciso louvar. Se há alguém que dá um jeitinho para vender ficha e coisa do
tipo, nós lastimamos profundamente e vamos verificar nesse ou em qualquer outro
posto, aqui estamos falando do Pestana.
No
sábado fui cobrado, e vários Vereadores que têm intervenção ali na Entrada da
Cidade sabem muito bem a falta de médicos que existe nessa região; a Maristela,
sem dúvida nenhuma, vai concordar comigo quanto à permanente falta de médicos,
por exemplo, na Vila Esmeralda, na Lomba do Pinheiro. Nós queremos outra
solução. O Presidente conhece a região, outros aqui conhecem muito bem a região
da Lomba do Pinheiro. Temos um problema na Rua Afonso Lourenço Mariante, temos
um pedaço dessa rua que está sem asfalto. Há exatos quatorze dias, a comunidade
foi obrigada a fechar a rua, porque ela estava intransitável, estava um
inferno, e só então o Poder Público começou a se mexer lenta e vagarosamente.
Parecia um cágado, tal a lentidão; parecia em câmara lenta - como aquilo que
você vê no futebol, quando parece que a bola nunca vai chegar! Mas eu espero
que o pessoal que faz a ligação com a Prefeitura, meu caro Valdir Fraga - por
favor, Valdir Fraga -, leve essas questões ao Prefeito Fortunati, porque eu sei
que ele vai nos ouvir, porque as comunidades estão demandando. Não é apenas uma
questão da cabeça do Ver. Adeli Sell, do PT, seja lá de quem for. Nós estamos
colocando aqui, sim, demandas da Cidade, demandas extremamente importantes e
que queremos ver atendidas.
Eu
não poderia, Ver. Bernardino, concluir o semestre sem falar sobre duas questões
que eu considero vitais. Uma é o abandono das praças: eu lastimo profundamente
ver como estamos sendo maltratadas em Porto Alegre, tamanho o desdém, o
desleixo em que se encontram. Portanto, faço um apelo à SMAM, ao Líder do
Governo, meu caro Ver. João Dib, sempre atento, sempre vigilante: por favor, o
apelo de Porto Alegre é para que as praças sejam limpas, organizadas, ainda
mais neste inverno, pois é preciso ter um lugar aprazível para as pessoas
usufruírem desses espaços públicos.
E, concluo, mais uma vez, Ver. Bernardino, tratando aqui do tema do Acampamento Farroupilha. Não venham dizer que estamos atrapalhando o Acampamento Farroupilha! Na primeira Sessão do segundo semestre marcamos, Ver. DJ Cassiá - para não deixar dúvidas, gostei muito da sua forma de convocar, foi assinado por todos os membros da Comissão -, uma nova reunião para tratar desse tema. Então, “não tem papo”, não é uma coisa do Adeli, não é um problema do Bernardino, é uma questão da qual queremos saber. O Acampamento Farroupilha tem que ter prestação de contas, tem que ter nota fiscal, tem que ter as coisas “preto no branco”; e não estamos aqui fazendo disputa com o Movimento, não estamos fazendo disputa com a Prefeitura, nós queremos o bem da Cidade. Eu não me canso de colocar, no encerramento deste primeiro semestre, com orgulho: Porto Alegre é a minha bandeira, e a bandeira que desfraldarei, no segundo semestre, é Porto Alegre!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, prezados conselheiros tutelares
Paulão, Salete e Carmem, aqui presentes para acompanhar a votação do PLL nº
106/05, que institui o Programa Vou à Escola no Ensino Fundamental e Médio, uma
vitória aqui da Câmara, fruto da insistência dos conselheiros tutelares, fruto
das assembleias, das Audiências Públicas havidas na Assembleia Legislativa e
nesta Câmara.
Trago
outro tema que é bastante preocupante para nós. Recebi um e-mail hoje de
um lutador da área da Cultura sobre algo que, a princípio, Verª Juliana, causou
em mim extrema surpresa, pensei que não pudesse ser real. Infelizmente, acabo
de averiguar, e é uma realidade do Município de Porto Alegre: a Prefeitura
Municipal decidiu sozinha, sem consultar nenhuma liderança da área da Cultura,
sem consultar o Conselho Municipal da Cultura - que foi reerguido a partir da
participação social e popular para discutir os temas pertinentes à Cultura no
Município de Porto Alegre -, não abrir, Ver. Comassetto, o segundo edital do
Fumproarte. O Fumproarte é fundamental no Município de Porto Alegre, ele
financia centenas de artistas das mais variadas expressões da arte - da música,
da dança, da literatura - e proporciona um retorno social dentro das
comunidades. Nós conhecemos artistas que utilizaram o Fumproarte e fizeram
dezenas de intervenções artísticas nos bairros mais periféricos da nossa
Cidade, permitindo àqueles que, por causa da centralização, do custo, muitas
vezes não têm acesso venham a usufruir os bens culturais. A partir desses
artistas e das cláusulas do Fumproarte, eles puderam ter um pequeno mas
necessário contato com a produção cultural e artística da cidade de Porto
Alegre.
Os
editais do Fumproarte são feitos duas vezes por ano, e neste ano deveria ser
aberto agora no mês de julho um edital, mas simplesmente não o foi, e o
argumento oficial é de que vai abrir uma bolsa de pesquisa, Décio Freitas, que
deve ser muito interessante, mas que vai usar o dinheiro, os recursos do fundo
do Fumproarte. O que mostra, em primeiro lugar, que o discurso usado pela
Prefeitura Municipal de vetar a meia-entrada para beneficiar os artistas de
Porto Alegre é uma demagogia! É demagogia! Em segundo lugar, os recursos que
deveriam ser gastos para descentralizar a cultura - como foi o discurso
demagogo da Prefeitura de Porto Alegre quando da privatização do Auditório
Araújo Vianna, que segue fechado e que, durante dez anos, será utilizado pela
iniciativa privada, com poucas datas para a Prefeitura Municipal, e o Auditório
Araújo foi um dos polos culturais baratos, quando não gratuitos, de
apresentação de artistas locais, inclusive de artistas nacionais - não serão
usados para beneficiar a arte em Porto Alegre. Isso mostra que falta planejamento,
falta responsabilidade, falta compromisso, falta diálogo e falta democracia na
cidade de Porto Alegre; mostra o desrespeito ao Conselho Municipal de Cultura,
que está em todas as pontas das áreas culturais da Cidade e que sequer foi
consultado. E ainda responde a Prefeitura que, em função das mudanças nas leis
e nos fundos de incentivo, por falta de verbas para o grande número de
projetos, por mudança de gerentes, por erros massivos de cálculo por parte dos
proponentes e por falta de um sistema digital, o Fumproarte optou por não
publicar um edital neste segundo semestre de 2010.
Então,
para nós, meu querido Líder, Ver. Pedro Ruas - já lhe agradecendo o tempo -,
além da falta de responsabilidade, da demagogia, da falta de compromisso e de
debate com a comunidade, o que sobra é incompetência, que, por conta de erros
internos, de mudanças, de falta de programação no sistema digital, tolhe a
população de Porto Alegre de um dos poucos... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder,
pela oposição.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e
senhores presentes no plenário, população de Porto Alegre, venho aqui em nome
da oposição, em nome do Partido dos Trabalhadores, do PSOL e do PSB,
primeiramente trazer um voto de solidariedade ao Secretário Romano Botin -
queremos usar estas palavras: ao Secretário Romano Botin -, porque há uma
história muito mal contada no seu possível pedido de demissão.
A
Mobilidade Urbana é um tema pelo qual a Cidade toda clama para que haja
projetos, para que haja diálogo, para que haja soluções. O Secretário Romano
Botin, que assumiu esse cargo - aqui falo em nome da oposição -, abriu a sua
agenda e recebeu todos os Vereadores que pediram espaço. O Secretário foi às
reuniões nas comunidades para ouvi-las - particularmente, participei, com ele,
de reuniões na Cohab/Cavalhada, na Lomba do Pinheiro e na Restinga/Extremo Sul.
Ele começou a analisar possibilidades de os projetos do Governo Federal terem
canalizações em Porto Alegre e serem bem atendidos, contrapondo-se totalmente
às políticas desenvolvidas, nos cinco anos e alguns meses, pelo Secretário
Senna, que não recebia ninguém, não tinha projetos e, no subterrâneo, tratava
do dito Projeto dos Portais e não vinha para o debate público, não analisava
esse tema em conjunto com esta Casa e com a sociedade.
Pode
parecer um paradoxo, Ver. Carús, mas, quando há um gestor público que ouve
todos, inclusive a oposição... Não podemos deixar de dizer, Prefeito Fortunati,
que sabemos que o Prefeito é o senhor, não alguns prepostos do Prefeito
anterior, pessoas que querem continuar mandando no tema de circulação e
transporte e em alguns projetos cuja organização, nos seus subterrâneos, não
está bem clara, como é o tema dos Portais. Toda a Cidade sabe que o Sr. Clóvis
Magalhães continua querendo decidir, como ele fazia antes com o Senna: quem
mandava na EPTC não era o Senna, era o Clóvis Magalhães, que organizava um
conjunto de gestores que exclusivamente deveriam executar esses Projetos.
Então,
em nome da oposição, temos algumas perguntas para fazer. Afinal de contas, o
Clóvis Magalhães é ex-Secretário ou ainda continua sendo Secretário? Ele
representa uma visão que já abandonou a Cidade ou representa a que está
querendo retomar o diálogo com a Cidade? O Secretário Botin tem apoio da
sociedade ou não tem apoio da sociedade, em contrapartida ao Senna, que não
tinha apoio da sociedade? Prefeito Fortunati, em nome da oposição e dos
Partidos que a compõem, estamos convidando o Líder da situação para vir a
público, juntamente com a oposição, defender a continuidade do Secretário Romano
Botin, porque ele estava iniciando um bom trabalho, um trabalho para a Cidade,
e não para uns poucos que, talvez, pela grandeza econômica dos projetos, não
querem deixar que ele continue naquela Secretaria. Portanto, um grande abraço a
todos... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. André Carús está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ANDRÉ CARÚS: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
nós votaremos, quando ingressarmos na Ordem do Dia, uma Moção de
Solidariedade em homenagem ao Cruzeiro Esporte Clube, sobre a qual nos
manifestaremos oportunamente.
Utilizo
este espaço de Liderança do PMDB, por concessão do Líder da nossa Bancada, o
Ver. Dr. Raul, e também por consentimento dos demais colegas - Ver. Sebastião
Melo, Ver. Idenir Cecchim, Ver. Bernardino Vendruscolo e Ver. Paulo Marques -,
para fazer alguns registros que julgo importantes. Estamos hoje ocupando a
tribuna desta Casa pela última vez. Estamos na véspera do retorno do Ver.
Haroldo de Souza, que esteve na África do Sul narrando a sua 11ª Copa do Mundo,
representando muito bem a nossa Cidade e o nosso Estado. Nesses dias em que
estivemos na Câmara Municipal, lutando pelos interesses da Cidade, das
comunidades e de todos aqueles temas que entendemos fundamentais para o
desenvolvimento econômico e social da Capital, procuramos sempre atingir e
atender o interesse público; sempre com respeito a valores fundamentais da atividade
política que julgamos imprescindíveis ao exercício do mandato político, do
mandato eletivo, que é escolhido pela maioria popular, pelo sufrágio universal.
E, nessas democracias institucionais, que admitem tão somente a afirmação das
ideias a partir de uma candidatura concebida por um Partido político, escolhi
esse caminho - ainda que em caráter temporário exercendo aqui o mandato na
Câmara Municipal, aguardando que possamos estar aqui em breve em caráter
definitivo -, procurei defender bandeiras de respeito à ética, à moralidade e
ao espírito público.
O
PMDB, meu Partido, afora todas as suas incongruências e anormalidades políticas
no plano nacional, continua a preferir ser coadjuvante. Desconhece ou ignora a
condição de protagonista que teve ao longo da história brasileira,
principalmente no que diz respeito à redemocratização. O PMDB optou, mais uma
vez, nas eleições gerais, em nível nacional, por ser coadjuvante; agora, ainda
pior, por ser “rabicheiro” de processos alheios. Isso, para o PMDB do Rio
Grande do Sul, que mantém a sua autoridade política perante a Nação, com a
envergadura das lideranças que possui, é muito ruim. Mas aqui, como Vereador,
como Secretário-Geral do Partido em Porto Alegre e, acima de tudo, como
militante do PMDB já de muito tempo, afirmo que é urgente a reforma das
práticas, das lideranças, do comando e das atitudes do PMDB em nível nacional.
E nós, ainda que singelamente, temos esse compromisso e lutaremos pela sua
afirmação em nível nacional.
Não
queremos aqui, é claro, afirmar que nós, sozinhos, estaremos fazendo uma luta
desse tamanho. Vamos envolver segmentos partidários da sociedade, para que se
restaure, acima de tudo, aquilo que o PMDB teve de bom e de melhor ao longo de
sua história e de sua caminhada, qual seja, o compromisso com a democracia, e
não com as causas menores e fisiológicas que pautam a Direção nacional do nosso
Partido, que se movimenta apenas para o atendimento dos seus interesses e de
poucos iluminados, que jamais se movimentaram, em especial nos últimos anos,
pelo atendimento do interesse nacional e das reformas urgentes na sociedade
brasileira.
Estamos
aqui também para agradecer, neste período em que estivemos na Casa, a
convivência fraterna e respeitosa que tivemos com todas as Bancadas, de todos
os Partidos, sejam eles da situação ou da oposição. A nossa responsabilidade e
a nossa trajetória fazem com que tenhamos esse comportamento. Não seria
diferente, até porque estamos todos aqui, enquanto Vereadores, como defensores
da causa pública, atuando sempre em favor de melhorias para a nossa Cidade e
para as comunidades que estão aqui, abrigadas nesta Capital. Então, faço este
pronunciamento em tempo de Liderança, pois acredito ser importante. Neste
período em que estive aqui procurei sempre manter essa conduta e agradeço a
todos... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
do Ver. Nilo Santos.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero agradecer ao meu
Líder de Bancada pela cedência do seu tempo em Grande Expediente. Em primeiro
lugar, eu quero, mais uma vez, dar os parabéns ao Governo Municipal. Várias
vezes eu me dirigi a esta tribuna dizendo que a Educação, para dar certo no
País, não pode ter bandeira política, tem que estar independente da bandeira
política. No Governo do Prefeito José Fogaça foi feita uma revolução em
Educação Infantil neste Município. Uma revolução! Hoje, no Governo do Prefeito
José Fortunati, continua-se a mesma forma de fazer política, a política que
leva educação de qualidade àqueles que mais precisam. Quero aqui dar os
parabéns à nossa Secretária de Educação do Município e já me manifestar em
relação ao Projeto Vou à Escola, da Verª Sofia Cavedon. No ano passado, quando
Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude desta Casa,
muito debatemos a questão do Programa Vou à Escola quanto à sua necessidade.
Quero aqui, Verª Sofia Cavedon, dizer que V. Exª pode contar com o meu voto.
Porque a Educação, repito, não tem que ter bandeira política, tem que ser
independente. E é isso que este Vereador está fazendo aqui, Verª Sofia Cavedon.
Parabéns pelo seu Projeto. Estamos juntos na sua Emenda.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, sinto-me na
obrigação de, no seu tempo, pedir espaço para cumprimentá-lo e fazer um
registro da sua participação como Presidente da CEDECONDH - Comissão de Defesa
do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana -, quando das nossas duas
demandas sobre as casas-lares instaladas em locais que, para nós, são
comprovadamente inadequados. Vossa Excelência tem apresentado um comportamento
que merece esse destaque, até porque nós dois somos Vereadores da base do
Governo. Quero cumprimentá-lo pela imparcialidade, pela preocupação, pela
responsabilidade com que tem conduzido a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana. Parabéns!
O
SR. DJ CASSIÁ: Agradeço
pelas suas colocações e quero dizer que somos base do Governo, mas estamos aqui
para defender os interesses da sociedade primeiro. Independente de bandeira
política, primeiro, vem a sociedade. Agradeço por suas palavras, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, quero
cumprimentá-lo em nome da Bancada do PCdoB. Em especial, quero ressaltar a
parte em que o senhor elogia o Projeto da Verª Sofia Cavedon em relação ao
Projeto Vou à Escola, até porque a coautoria é da Manuela, hoje nossa Deputada
Federal, e é um dos projetos mais importantes e relevantes. Sei que o senhor,
enquanto Presidente da Comissão, muito trabalhou para fazer com que ele ficasse
dentro da constitucionalidade. Meus parabéns!
O
SR. DJ CASSIÁ: Obrigado,
Vereadora. Não quero fazer uma crítica e também não quero abrir um debate com
críticas, pois, quando se tem interesse em resolver os problemas da sociedade,
o debate tem que ser construtivo. Se eu atacar, vou ser atacado, e vice-versa,
e o meu jeito de fazer política talvez seja um pouco diferente: eu respeito as
opiniões e as posições. Sento-me à minha bancadinha, Ver. Nilo Santos, escuto
cada orador com a maior atenção; posso até não concordar, é um direito meu, mas
é um direito, também, de qualquer colega ter a sua opinião, ter as suas
posições, seus Projetos.
Quero
aqui fazer um apelo, um apelo em nome de uma comunidade carente, de uma
comunidade isolada, de uma comunidade guerreira, um apelo e um pedido aos meus
colegas em relação ao Território de Paz. Passou-se um ano - um ano! Um ano se
passou! Tanto se discute na mídia o combate ao crack, o combate a isto,
o combate àquilo, mas como é que nós vamos combater se não fizermos força para
usar os instrumentos que combatem o crack, que é o esporte, o lazer e
outras atividades sociais dentro das comunidades? Um ano se passou, Ver.
Brasinha, um ano; um ano do projeto Território de Paz! Volto a dizer: não quero
fazer crítica a nenhum lado do Governo; estou aqui, Ver. Dr. Raul, fazendo um
apelo em nome da comunidade da Vila Bom Jesus a todas as Bancadas, a todos os
meus colegas, para, em conjunto com os Governos Municipal, Federal - se
tivermos que incluir, o Estadual -, realizarmos, através de uma unidade e de
uma vontade política também, o sonho que já foi lançado àquela comunidade. Não
podemos fazer com que o sonho daquela comunidade se apague, porque eles são
guerreiros, lutam pela sobrevivência do dia a dia, lutam pela sobrevivência dos
seus filhos. Esse Projeto, com certeza, vai ajudar a salvá-la. Faço esse apelo
para que façamos essa unidade junto àquela comunidade, que esse Projeto vire
realidade.
O
Sr. Engenheiro Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, quero
cumprimentá-lo pelo tema. No dia 26 de junho do ano passado o Presidente Lula
esteve na Vila Bom Jesus e anunciou que um ano depois ele queria vir para
inaugurar a praça. Infelizmente, não saiu do papel. E está depositado o valor de
1,4 milhão de reais. Mas quero abrir o debate junto com V. Exa,
porque a Rossi é uma grande empresa que está ali investindo. E queríamos
discutir, sim, as contrapartidas da Rossi no sentido de colocar o montante de
recursos que falta para fazer o projeto completo na Praça México. Muito
obrigado.
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ Cassiá, meu cumprimentos
pelo discurso. Quero fazer um apelo neste momento, aproveitando a oportunidade,
para que o Governo - sei que algumas pessoas nesta Casa são contrárias à minha
opinião - abra mais estágios. O estágio auxilia, Ver. DJ Cassiá, para que a
gurizada tenha oportunidade de trabalhar num ambiente saudável. Quanto mais
estágios oferecermos para a gurizada, maiores oportunidades eles terão de
crescimento, de convívio com pessoas, não apenas as pessoas da vila, mas
pessoas que conquistaram os seus espaços, criando assim novas referências,
obtendo novos referenciais. Obrigado, Vereador.
O
SR. DJ CASSIÁ: Obrigado,
Ver. Nilo Santos. Eu sei o que é ser jovem, já passei por essa fase. Eu sei o
que é ter vontade de ir ao cinema, de ter um tênis, uma camiseta e não ter
condições. Hoje, infelizmente, existem meios rápidos e totalmente incorretos
que acabam sendo adotados pelo crime, que é forma de comprar o tênis.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ, quero fazer
aqui, aproveitando os dois exemplos, uma referência da diferença de construção.
Se votarmos hoje o Projeto Vou à Escola, e ainda não é a luta final para
estender ao Médio... Esse diálogo partiu e teve reforço, na verdade, da
Comissão de Educação sob a tua presidência, partiu da vinda dos estudantes há
anos aqui, da experiência de Porto Alegre, dos conselhos tutelares lutando para
que os jovens não fossem mais pisados pelo cobrador por passarem por baixo da
roleta, porque essa era a realidade de Porto Alegre. Aí surgiu o Projeto Vou à
Escola: os Conselhos Tutelares e os conselheiros denunciando isso e dizendo que
o Executivo tinha que assumir.
Bom,
hoje esse é um Programa testado, e está aí a realidade dos jovens, que tu
queres na Praça da Juventude e que nós queremos na escola em outro turno. E tu
assumiste, na Presidência da Comissão de Educação, o debate de um Projeto que
não era de tua autoria, mas que hoje tem a tua marca, por essa visão
republicana. Então, quero parabenizá-lo, porque essa é uma construção minha, da
Manuela, tua, de todos os membros da Comissão de Educação, dos conselheiros
tutelares e, agora, da Assembleia Legislativa. No ano que vem, estaremos
comemorando vidas mais saudáveis e, tenho certeza, muito mais felizes. Muito
obrigada.
O
SR. DJ CASSIÁ: Para
concluir, gostaria, Ver. Comassetto e meu Presidente Nelcir Tessaro, de fazer
um apelo aos meus colegas a respeito da questão do bônus-moradia, do Ver.
Adeli, para os moradores da Vila Tronco e da Cruzeiro. Ora, naquele local, as
pessoas são trabalhadoras, contribuem para o desenvolvimento desta Cidade e
deste País. Já discutimos aqui a isenção disso e daquilo, e nós, os 36
Vereadores, temos que nos unir e garantir o bônus-moradia para aquelas famílias
lá da Grande Cruzeiro, da Vila Tronco. É um apelo que faço em nome daquela
comunidade.
Quero
aqui agradecer ao Ver. Nilo Santos por me ceder seu tempo em Grande Expediente;
quero agradecer aos meus colegas, que me deram atenção; quero agradecer a todos
vocês, ao papai do céu e a esta Cidade maravilhosa, que me acolheu e me deu
oportunidade de estar aqui hoje, gritando por aqueles que não conseguem, que
não têm o seu espaço. Mas estamos todos nós aqui para defender o espaço deles.
Encerro dizendo: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na comunidade
onde nasci”. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Apregoamos, por indicação dos respectivos Líderes Partidários, os seguintes
ajustes na composição das vagas de Titular da 2ª Comissão Representativa de
2010: Ver. Paulo Marques, na vaga do Ver. João Pancinha; Ver. Haroldo de Souza,
na vaga do Ver. Valter Nagelstein; Ver. Nilo Santos, na vaga do Ver. Marcello
Chiodo; Ver. Dr. Thiago Duarte, na vaga do Ver. Luciano Marcantônio.
Em
votação os ajustes dos respectivos Líderes Partidários na composição das vagas
de titular da 2ª Comissão Representativa de 2010: Ver. Paulo Marques, na vaga
do Ver. João Pancinha; Ver. Haroldo de Souza, na vaga do Ver. Valter
Nagelstein; Ver. Nilo Santos, na vaga do Ver. Marcello Chiodo; Ver. Dr. Thiago
Duarte, na vaga do Ver. Luciano Marcantônio. Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Encerrado
o Grande Expediente.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhores e senhoras que nos acompanham nessa tarde. Ver. DJ Cassiá, eu bati
naquela tecla dos estágios porque o Governo também tem responsabilidade
principalmente em relação aos estágios de nível médio. A gurizada, Ver. João
Dib, se não tiver uma ocupação, se ficar na ociosidade, fica muito tentada a
fazer coisas que não deve, praticar coisas que trazem prejuízos para a sua
vida. A ociosidade judia demais da nossa gurizada. Mais uma vez, em nome da
Bancada do PTB, neste momento, Ver. Nelcir Tessaro, eu quero fazer um apelo,
sim, para que esta Casa analise a possibilidade de nós ampliarmos o número de
estágios. Eu tenho certeza de que isso terá o apoio de todas as Bancadas, Sr.
Presidente.
E
terá o apoio também da própria imprensa, eu não acredito que a imprensa seja
contrária a retirar a gurizada da ociosidade. Ver. Idenir Cecchim, a RBS jamais
seria contrária à criação de novos estágios nesta Casa; ela tem esse programa
de combate ao crack, promove o combate ao crack. Vamos promover o
combate ao crack abrindo vagas de estágio de nível médio para essa
gurizada, vamos retirá-los da periferia, retirar essa gurizada da vila. Eles
vão estudar pela manhã e vão ter o estágio à tarde, Ver. André Carús. Ou vão
estudar à tarde e vão ter o seu estágio pela manhã. Ou vão estudar à noite e
vão ter o seu estágio durante o dia, vão queimar energia, usar essa mão de
obra. Isso oxigena. Então, fica aqui o apelo da nossa Bancada, Sr. Presidente,
para que, durante o período de recesso, seja estudada a possibilidade de
ampliar os números de estágios nesta Casa. E faço este apelo também para o
nosso Governo Municipal, ao Executivo, para que abra mais espaços para a nossa
gurizada.
Aproveitando
a oportunidade, quero fazer uma saudação especial, em nome do PTB, a vários
colegas Vereadores. Saúdo o Ver. Pedro Ruas, que está colocando o seu nome para
concorrer ao Governo do Estado; daqui a pouquinho, iniciará a campanha. Aos
Vereadores do PTB que estarão também concorrendo: Ver. Alceu Brasinha,
pré-candidato a Deputado Estadual; Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta Casa,
também pré-candidato a Deputado Estadual; Ver. Maurício Dziedricki,
pré-candidato a Deputado Federal.
O
Ver. Beto Moesch é pré-candidato a Deputado Estadual, também o Ver. Sebastião
Melo é pré-candidato a Deputado Estadual. A todos os que estão apresentando o
seu nome para disputar esta eleição quero dizer que isso nos honra muito. Ver.
Tarciso, o senhor também é pré-candidato a Deputado Estadual. Muito nos honra
ter os colegas representando esta Casa. Porto Alegre tem tradição, sim, em
oferecer bons nomes para a política gaúcha e nacional. E nós nos sentimos
honrados.
Em
nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome dos Vereadores desta Bancada,
eu quero desejar sucesso aos senhores e dizer que nos sentimos honrados. Cada
voto que os senhores conquistarem lá fora será um voto conquistado por esta
Casa, isso serve de resposta inclusive para aqueles que acham que nós não
trabalhamos ou que não temos competência. Os senhores serão a nossa bandeira lá
fora, os senhores nos representarão, e, com certeza, após essa eleição, Sr.
Presidente, nós teremos muitos do que hoje são Vereadores passando então à
condição de Deputado ou talvez de Governador. Então, fica aqui, sim, o nosso
desejo de boa sorte, desejamos uma boa eleição a todos e um bom descanso nesse
recesso também. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Havendo quórum, passamos à
Em
votação, por indicação do Líder do PPS, a seguinte alteração na composição da
vaga de Titular da referida Bancada na 2ª Comissão Representativa de 2010: o
Ver. Toni Proença assume a vaga do Ver. Elias Vidal. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Solicito
ao Ver. Mario Manfro, Vice-Presidente desta Casa, que assuma a presidência dos
trabalhos.
(O
Ver. Mario Manfro reassume a presidência dos trabalhos.)
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 059/10 – (Proc. nº 2642/10 – Ver. André Carús) – requer Moção de
Solidariedade ao Sr. Dirceu de Castro e ao Esporte Clube Cruzeiro pela sua
história.
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):
Em votação o Requerimento nº 059/10, de autoria do Ver. André Carús. (Pausa.) O
Ver. André Carús está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 059/10.
O
SR. ANDRÉ CARÚS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, retorno a esta tribuna
para fazer o encaminhamento deste Requerimento, que, na verdade, é uma
homenagem à cidade de Porto Alegre. A recente conquista da Segundona gaúcha por
parte do Esporte Clube Cruzeiro e seu consequente acesso à Série A, após longos
anos distante desta competição, redimensionaram este Clube de tanta história e
de tanto significado na vida da Cidade e de muitos porto-alegrenses.
Então,
cabe a esta Casa, através de Moção de nossa autoria, prestar esta homenagem,
esta solidariedade e este reconhecimento ao Esporte Clube Cruzeiro, hoje
representado aqui pelos nossos convidados: Sr. Dirceu de Castro, Presidente do
Clube; Sr. Tito Viero, Presidente do Conselho Consultivo do Clube; Sr. João
Lock, Diretor de Futebol do Cruzeiro. O Cruzeiro, mais conhecido e
carinhosamente chamado pelos porto-alegrenses de Cruzeirinho, é um clube que
tem história. Fundado em 14 de julho de 1913, com 97 anos de vida, orgulha seus
torcedores e é até mesmo a segunda opção de muitos torcedores da dupla Gre-Nal.
O Cruzeirinho, que foi o precursor dos clubes gaúchos a fazer turnês
internacionais, disputando competições em diversos continentes, não conquistava
um título desde 1970, quando foi o vencedor da Taça Governador do Estado.
Agora, graças à competência da sua Direção, à correção dos investimentos
feitos, à montagem de uma equipe competitiva e ao apoio permanente da sua
torcida e de todos os porto-alegrenses, conquistou a Segundona gaúcha com muito
empenho, também pelo valor dos seus atletas, voltando a disputar a Série A do
Campeonato Gaúcho já a partir de 2011.
Então,
cabe a esta Casa - encaminho nesta direção - aprovar esta Moção de homenagem ao
Esporte Clube Cruzeiro. Fica aqui este registro. Ainda que em caráter
temporário nesta Casa, tenho um carinho especial pelo Esporte Clube Cruzeiro,
pela relação que estabeleci com integrantes da sua Diretoria, com os
torcedores. Sou alguém que acompanha o futebol e acredita no apoio das
empresas, da iniciativa privada para o crescimento desta modalidade aqui no Rio
Grande do Sul. Muitas vezes, esses investimentos acabam privilegiando os clubes
do centro do País. Nós temos o entendimento de que um olhar mais atento, uma
presença mais efetiva, mais marcante ao esporte local, ao futebol gaúcho de um
modo geral e aos clubes com o valor e a história do Esporte Clube Cruzeiro
fazem com que a nossa Cidade tenha orgulho dessas conquistas. Certamente, o
acesso do Cruzeiro, em 2011, à Série A trará alegria aos seus torcedores e à
Direção do clube.
Então,
em nome da Bancada do PMDB e como proponente desta Moção, encaminho e solicito
a aprovação por parte dos Vereadores como uma justa homenagem a um clube que há
muito tempo está instalado em nossa Cidade e honra a todos os seus torcedores e
a todos os integrantes da grande comunidade porto-alegrense com a sua história
e as suas brilhantes conquistas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 059/10.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há um tempo, a Casa
dispunha do chamado Voto de Congratulações, que se descaracterizou ao longo do
tempo e acabou sendo suprimido. O Ver. André Carús, de brilhante passagem nesta
Casa - permito-me, inclusive, cumprimentá-lo pelo seu dinamismo -, propõe uma
Moção de Solidariedade ao Sr. Dirceu de Castro e ao Esporte Clube Cruzeiro. E,
regimentalmente, acomoda a sua proposta até pela história dos 97 anos do clube
e por esta situação especial que a família alviazul está festejando, que é seu
retorno, pela porta da frente, à primeira divisão do futebol do Rio Grande do
Sul. É bom que se diga que o Cruzeiro é fruto de uma teimosia de um grupo
abnegado que, de forma resoluta, tem mantido essa agremiação com todas as
dificuldades que vem sofrendo.
Junto
com o Ver. João Dib, sou daqueles que têm mais tempo de vida nesta Casa, eu sou
do Cruzeiro ainda na Montanha, onde se davam os grandes Gre-Cruz, Inter-Cruz,
que caracterizaram uma época de ouro para o futebol gaúcho, em que tínhamos,
aqui em Porto Alegre, pujantes agremiações. O tempo foi enfraquecendo essas
agremiações. Sobre o Renner não se fala mais, o São José enfrenta dificuldades,
o Nacional se acabou, e tudo foi se restringindo, cada vez mais, à dupla
Gre-Nal, só sendo interrompido agora, há pouco tempo, pela atuação do Esporte
Clube São José, que veio para a primeira divisão e ali ficou. Agora, o
Cruzeiro, Dr. Raul, volta à primeira divisão, e, para ele, o nosso aplauso e,
para ele, a nossa entusiástica solidariedade. Houve época da vida em que eu
contribuí muito com o Cruzeiro, muito mais pelos seus dirigentes da época do
que por qualquer outra razão, por reconhecer neles esse espírito destemido de
que o Sr. Dirceu de Castro hoje é o grande representante.
Então,
eu agrego à Moção de Solidariedade que o Ver. André Carús propõe a minha mais
irrestrita solidariedade com o Cruzeiro, com a sua proposta e com a expectativa
de que, no ano vindouro, possamos, lá no Estrelinha, ver grandes clássicos como
outrora vimos na Montanha, onde o Cruzeiro pontificava com grandes e gloriosas
atuações. Lembro-me de um tempo muito forte, sob o comando técnico do Oswaldo
Rolla, essa figura marcante do futebol do Rio Grande, que organizou uma grande
equipe que brilhou, inclusive, na Europa. Acredito que foi o primeiro clube do
Rio Grande a cruzar o oceano, Ver. Dib, e chegar à Europa, fazendo uma campanha
muito elogiada, empatando em dois a dois com o famoso Real Madrid, do Puskas,
que foi marcado pelo nosso Waltão, de Canoas, que não o deixou jogar. Faltaram,
na equipe brasileira, alguns “Waltões, de Canoas”, para não deixar os
holandeses jogarem na semana passada. Por isso não estamos mais na Copa!
Para
concluir, Sr. Presidente, eu acentuo este registro e, de corpo e alma,
integro-me a esta homenagem. Todos sabem que eu tenho simpatia pelo Cruzeiro,
ainda que gremista de coração, situação de que eu não abdico, mas, no alviazul,
só falta o pretinho para “fechar todas”. Parabéns, Cruzeiro! Parabéns aos seus
dirigentes! Parabéns, Ver. André Carús, pela sua feliz iniciativa! O nosso
aplauso a esta proposta e ao Cruzeiro, que eu espero que retome a sua senda
vitoriosa de grande tradição no futebol de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 059/10.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, primeiro, eu quero
cumprimentar o Ver. André Carús não apenas por este, mas pelos belos Projetos
que este jovem e tão competente Vereador tem trazido para a sociedade de Porto
Alegre, o que nos estimula muito. Independente da questão partidária, somos
Vereadores de Porto Alegre, e isso é muito interessante para todos nós. Eu
gostaria de dizer que esta homenagem passa a ser de todos nós. Sou integrante
da Frente Gaúcha de Esporte e Lazer do Estado do Rio Grande do Sul, e fui
Delegada, representando o Município de Porto Alegre, na Conferência Nacional de
Esporte e Lazer, em que discutimos o Plano Decenal do Esporte no nosso País,
Ver. Dib, não mais apenas como Educação Física, mas inclusive no currículo.
Discuti, na Comissão Nacional de Educação, um novo olhar: o esporte como
desenvolvimento humano.
Parabenizo
o Cruzeirinho, a quem temos muito carinho e respeito, e o nosso Lajeadense, da
minha terra natal, pela vitória; ainda bem que o meu Lajeadense também veio. De
lá o meu pai saiu, o meu pai foi atleta do Lajeadense, até hoje eu o considero
um grande desportista. Em nome da bancada do PCdoB, gostaria de dizer da honra
de estar discutindo nesta Casa, assim como discutimos o Plano Decenal junto com
o Ministro Orlando Silva sobre o esporte de inclusão e também sobre o esporte
de alto rendimento... O Cruzeirinho é teimoso como nós, guerreiro, manifesta-se
através do seu cotidiano, na sua plenitude e retorna àquele que deveria sempre
ser o seu lugar. Então, parabéns! E quero fazer aqui um pouco de elogio ao meu
Lajeadense, com todo carinho e respeito, porque eu também me sinto uma cidadã
da cidade de Porto Alegre. Parabéns, Ver. Carús, por esta iniciativa.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 059/10.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Diretoria do
Cruzeiro, estou muito feliz pelo fato de o Cruzeiro estar de volta à primeira
divisão. Teremos agora quatro clubes na Capital, e eu, que sou Zequinha desde
pequeno, sou da Zona Norte, acho que tanto o São José como o Cruzeiro terão
oportunidade de crescer. Não vai ficar um marisco no meio do mar e do rochedo!
Com o Cruzeiro, aquela região da Protásio Alves - onde há uma grande densidade
demográfica e em crescimento - poderá pegar o seu clube do coração, o Cruzeiro,
e ter a alegria de torcer pelo esporte, pelo futebol e pelos homens que se
dedicam a esses clubes. Eu queria aproveitar esta oportunidade, embora não veja
o Ver. Brasinha aqui, para convidá-lo a pegar o seu caminhão e, ao passar lá
pela Av. Protásio, saudar a torcida do Cruzeiro, que também é azul, e
possibilitar que os quatro times de Porto Alegre possam travar um esporte sadio
aqui.
Eu
não posso ficar em cima do muro, ouvi o Tarciso elogiando o Dunga e também a
torcida argentina. A única diferença é que a torcida argentina pode torcer pelo
que de melhor eles tinham na Argentina, o que não foi o caso do Brasil. Aqui
nós tínhamos muito mais gente boa, que infelizmente não foi. Ver. DJ Cassiá, eu
acho que, agora que terminou a Copa do Mundo para o Brasil, mas para o mundo
ela continua até o domingo que vem, nós temos de ter o respeito e torcer para
quem está disputando. Acho que torceremos pelo outro azul, como o Cruzeiro, que
é o Uruguai. Todos nós torceremos pelo único sul-americano, o único que restou
aqui, com respeito e, principalmente, com admiração por esse povo, que tem
apenas 3,5 milhões de habitantes e que demonstrou que não é só com grandes
redes de comunicação, com grandes patrimônios que se faz futebol. O Uruguai
está fazendo uma grande figura, de respeito, e dando uma demonstração para a
gurizada que dá para fazer, que dá para jogar com jogadores sem muito
estrelismo, inclusive, com alguns jogando aqui no Brasil. Isso mostra que não
precisa estar na Europa para ser convocado; nós temos jogadores do Uruguai
jogando no Brasil e fazendo bonito na Copa.
Por
isso espero que os próximos treinadores da Seleção brasileira olhem mais para
dentro e parem de viajar pela Europa, convocando pela simpatia ou por alguma
língua que eles falam em comum, que certamente não é a língua aqui do Brasil,
pois os que estão aqui podem fazer mais bonito e dar melhores exemplos do que o
pessoal que jogou essa última Copa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 059/10.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores
aqui presentes, a nossa saudação toda especial ao pessoal da Direção do Esporte
Clube Cruzeiro, ao nosso Dirceu de Castro e, em especial, ao meu colega e amigo
Tito Viero, que, além de compor a Direção do Cruzeiro, é nosso colega, é
Presidente do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul; é uma satisfação
tê-los conosco.
Eu
moro na Av. Nilo Ruschel, a duas quadras da sede do nosso Esporte Clube
Cruzeiro, e, no dia em que o Cruzeiro se classificou para a primeira divisão,
eu apresentei aqui na Câmara um Projeto, uma proposta, para fazer uma homenagem
ao Cruzeiro, pelo retorno ao primeiro nível de times do esporte gaúcho, até
pela sua história e pelo tanto que é querido o Cruzeiro no Rio Grande do Sul,
especialmente em Porto Alegre. Quero dizer que às vezes dou uma chegada por lá
para assistir a alguns jogos e tenho acompanhado, nos últimos tempos, o
tiroteio festivo dos explosivos pelos acontecimentos e pela façanha do
Cruzeiro. Acompanho o Cruzeiro desde os tempos do Estádio da Montanha, eu sou
colorado e sei da dificuldade que tínhamos e que o Grêmio teve de vencer o
Cruzeiro naqueles tempos. Hoje sabemos o quanto ele foi positivo para o esporte
de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
Tenho
dito que o Rio Grande do Sul tem algumas questões que podem atrair turistas
para Porto Alegre, mas o futebol da nossa Cidade desponta pelos títulos que
conquistou, pelos atletas, treinadores e pelas autoridades do esporte que
formou. Então, temos consciência da importância desse evento e dessa tarde em
que votaremos uma homenagem à Direção, ao Sr. Dirceu Castro, especialmente ao
nosso Esporte Clube Cruzeiro, pela história, pelo que representa, pelo que já
fez, pelo que fez agora e pelo que irá fazer pelo esporte da cidade de Porto
Alegre.
Para
concluir, também me posicionando, conforme alguns outros Vereadores já falaram:
acredito que em 2014 haverá um grande acontecimento em Porto Alegre, no Brasil,
mas falamos de Porto Alegre. Teremos um grande acontecimento e precisamos, sim,
de treinadores, de comandantes do esporte brasileiro que atentem mais para
aquilo que é nosso, para aquilo que está conosco e não para algumas estrelas
ultrapassadas - ultrapassadas - que foram à Copa e não conquistaram aquilo que
o cidadão brasileiro tanto esperava. É importante que Porto Alegre mostre a
nossa força enquanto futebol, enquanto esporte, enquanto envolvimento popular
nessas ações que tanto bem têm feito ao nosso País e à nossa gente, que é o
esporte. Então, concluindo, - não serei, certamente, o treinador da Seleção
brasileira, acredito que não -, o treinador da Seleção brasileira precisa dar
uma olhada com mais carinho nos atletas que temos no País, porque temos grandes
atletas relegados, temos alguns outros que quase já passaram, quase estão
passando. E isso não é bom para o futebol brasileiro e para o povo brasileiro.
Obrigado. Um abraço!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
059/10.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Mario Manfro; Vereadores e Vereadoras, público que nos
assiste; Dirceu de Castro, Tito Viero e João Lock, que hoje representam o
Esporte Clube Cruzeiro na nossa Sessão, amigos que nos dão muita honra com a
sua presença na Câmara Municipal de Porto Alegre. Meu caro Ver. Carús,
novamente V. Exª é muito feliz na lembrança de homenagens. Agora há pouco, eu
comentava com as Vereadoras Fernanda Melchionna e Maria Celeste que temos, em relação
ao Cruzeiro, ao Esporte Clube Cruzeiro, todos nós, de alguma maneira, uma
dívida de gratidão. Em 2013, Verª Fernanda, Verª Celeste, Ver. Dib, Líder do
Governo, o Cruzeiro vai completar cem anos de existência - um século de
existência!
Ensinou-me
o meu filho, o Diego Ruas, que o Cruzeiro foi o primeiro clube gaúcho a
excursionar na Europa. Eu não sabia, Presidente Dirceu, até o dia em que me
ensinaram. Mas, muito antes de o Diego nascer, eu assisti a vários jogos no
Estádio do Cruzeiro, o antigo Estádio da Montanha. Lembro-me do lateral-direito
Arceu; da meia-cancha, que era composta por Bido, o centromédio, e Pio, o
meia-esquerda; lembro-me do Airton Pavilhão, na zaga central - o Airton
Pavilhão, Carús, jogava, depois do Grêmio, na zaga central do Cruzeiro -, e
lembro-me do Vieira na ponta-esquerda - o Vi, que era ponta-esquerda, mas
cobrava escanteio com a perna direita! O Toni Proença, que é mais antigo,
também deve lembrar disso!
Então,
para nós, o retorno do Esporte Clube Cruzeiro à primeira divisão do futebol
gaúcho 32 anos depois de ter saído é um feito a ser comemorado, especialmente
num ano difícil para os brasileiros, difícil para os gaúchos, o ano em que
perdemos a chance de disputar uma final de Copa do Mundo em condições que, para
nós, não tem explicação razoável. E nós temos no Rio Grande do Sul,
particularmente em Porto Alegre, a imensa alegria de ter o Esporte Clube
Cruzeiro de volta à primeira divisão.
Queria
lembrar ao Dirceu que eu vi aquele irmão mais velho do Zico, o Antunes, jogar
no Cruzeiro - centroavante, com a camisa número nove. Eu ia com o meu pai aos
jogos assistir aos Gre-Cruz, aos clássicos Grêmio e Cruzeiro, e via esses
jogadores todos que se tornaram nossos ídolos aqui no Rio Grande do Sul e
particularmente em Porto Alegre. E tive a honra, em maio deste ano, de ter o
meu filho mais velho como atleta profissional contratado pelo Cruzeiro. É uma
alegria muito grande essa chegada, esse retorno do Cruzeiro, mas é também o
motivo que nos faz refletir no tipo de apoio que falta até hoje a clubes como o
Cruzeiro, particularmente o próprio Cruzeiro. Não fosse o trabalho abnegado,
dedicado, desinteressado e apaixonado do Dirceu de Castro, do Tito Vieira, do
João Lock, de vários conselheiros - entre eles, eu lembro sempre o Armando Burd,
que vem seguido à Casa -, nós não teríamos esse retorno, João Dib, à primeira
divisão. É hora de pensarmos, repensarmos nesses patrocínios grandes,
importantes, como o Banrisul, por exemplo, confere à dupla Gre-Nal. Várias
entidades do setor público poderiam ajudar, deveriam ajudar, e, se depender de
nós, Carús, vamos ajudar.
Nós
temos esse compromisso, e é o mínimo que podemos fazer para homenagear um clube
que vai completar cem anos de existência com extrema dificuldade, com muita
luta de seus dirigentes, com uma torcida que vai crescer muito a partir de
agora e que vai merecer, com certeza, um olhar especial de todos aqueles que,
de uma maneira ou de outra, representam a população, que, no fundo, ama o
Cruzeiro como primeiro ou segundo time, sempre do seu coração. Um abraço...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em
votação o Requerimento nº 059/10, que requer Moção de Solidariedade ao Sr.
Dirceu de Castro e ao Esporte Clube Cruzeiro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Paulo Marques, solicitando a retirada
da priorização do Requerimento nº 062/10 da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0426/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/10, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Praça Soldado Brito o logradouro público
cadastrado conhecido como Praça Sete Mil Trinta e Sete.
Pareceres:
-
da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 30-06-10.
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em
discussão o PLL nº 006/10 (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o
PLL nº 006/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1474/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/10, que altera o
art. 1 da Lei nº 9.976, de 31 de maio de 2006, que declara de utilidade pública
o Centro Comunitário Educacional e Profissionalizante da Infância – CEPI.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM em 30-06-10.
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em
discussão o PLE nº 008/10 (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/10.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, este Projeto de Lei é
de origem do Executivo e pretende alterar o art. 1º da Lei 9.976, de 31 de maio
de 2006, que declara de utilidade pública o Centro Comunitário Educacional e
Profissionalizante da Infância, o CEPI. O presente Projeto advém do Centro
Comunitário Educacional, que remeteu documentos para o Setor de Bolsas e Convênios
da Secretaria Municipal de Educação, onde constam alterações em seu estatuto
social, culminando com a alteração da denominação da entidade. A Lei nº 9.976,
de 31 de maio de 2006, conferiu àquela entidade o título de utilidade pública.
E agora, em face à alteração estatutária, passou a ser utilizada a nova
denominação, motivo pelo qual proponho o presente Projeto de Lei, ressaltando,
por último, que a referida entidade apresentou os documentos mencionados na Lei
nº 2.926, de 12 de junho de 1966, e alterações posteriores, que estão contidas
no Processo Administrativo nº 001004902.10.6, em anexo.
Como
se vê, Sr. Presidente, é uma proposta absolutamente consequente e bem elaborada
pelo Executivo; não nos cabe outra posição senão cumprimentar o Executivo, que teve
a sensibilidade de reconhecer que essas modificações na denominação das
entidades não retiram o caráter meritório que justificou no passado a concessão
que agora se ajusta para a nova denominação. Por isso, Sr. Presidente, fiz
questão de vir à tribuna não só para me inteirar efetivamente do teor da
proposta, mas para oferecer também a minha mais ampla e total solidariedade à
proposta do Executivo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em
votação o PLE nº 008/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1175/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/09, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que proíbe a utilização de alimentos geneticamente
modificados na composição das refeições fornecidas aos alunos dos
estabelecimentos da Rede Municipal de Educação e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro
Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto (empatado);
- da CEFOR. Relator Ver. João
Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. João
Pancinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Sofia
Cavedon: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Dr.
Thiago Duarte: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 10-05-10;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em
discussão o PLL nº 043/09. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto de autoria
do Ver. Beto Moesch, que proíbe a utilização de alimentos geneticamente
modificados na composição das refeições fornecidas aos alunos dos
estabelecimentos da Rede Municipal de Educação e dá outras providências,
mereceu análise das Comissões e na CEFOR obteve parecer contrário do Ver. João
Carlos Nedel, do qual me apresso a tomar conhecimento, porque essas matérias
que passam pela Comissão de Justiça são analisadas pura e simplesmente sob o
ponto de vista jurídico. Aqui consta como tendo dado parecer favorável ao
Projeto do Ver. Beto Moesch, mas, em verdade, na Comissão de Justiça, houve
empate na votação. Inclusive fizemos um voto em contrário e uma Declaração de
Voto, a qual quero ler, até numa homenagem ao Ver. Beto Moesch, que é um
competente Vereador desta Casa, o qual lamentavelmente vamos perder, porque ele
deve chegar à Assembleia Legislativa do Estado como representante de uma forte
corrente de pensamento da qual ele é um doutrinador por excelência.
Com
relação ao Projeto de Lei por ele apresentado, proferi, na Comissão de Justiça,
uma Declaração de Voto - eis que o Parecer do Ver. Mauro Zacher não se logrou
aprovado, houve empate em três votos - com o seguinte teor (Lê.): “Malgrado as
opiniões do eminente parecerista, entendo que o projeto em exame é ilegal,
antijurídico e inconstitucional, na medida em que estabelecem na legislação
municipal proibições inexistentes na legislação federal. Com efeito, o objetivo
do projeto é obstar a utilização e consumo de alimentos geneticamente
modificados na composição das refeições oferecidas aos alunos regularmente
matriculados nos estabelecimentos que compõem a rede municipal de educação.
Isto representa transferir para a escala municipal algo que já foi dirimido em
escala federal, na medida em que a cruzada antitransgênicos não logrou êxito,
fato esse público e notório. De outra banda, há de considerar que as leis devem
ser exequíveis, isto é, possíveis de acontecer, o que no caso não ocorre e, se
ocorresse, seria de fiscalização difícil e/ou impossível. É óbvio que as leis
devem ter aplicações possíveis, senão se transformam em meros discursos, como
nos parece ser o caso concreto. Pergunta-se: nas refeições servidas pela Rede
Municipal de Ensino, o pão será banido? E os demais farináceos serão
permitidos? Como se poderá esclarecer a origem da farinha utilizada na
confecção do alimento? Conterá ela trigo argentino, sabidamente transgênico, ou
será trigo gaúcho, fruto das modificações genéticas introduzidas na sua
germinação pelos valiosos estudos realizados pelas nossas estações
experimentais? Como se vê, Sr. Presidente, no exemplo isolado oferecido, o
projeto, na obstinada cruzada movida pelo autor, busca no Município a revisão
das decisões já tomadas em nível federal, que disciplina a matéria e consagra a
transgenia no território nacional. Assim, buscando objetivar esta Declaração de
Voto, concluímos reafirmando que a matéria possui insanáveis vícios de
ilegalidade, antijuridicidade, inconstitucionalidade e, mais fortemente, possui
objetivo inalcançável pela via escolhida, isto é, a legislação municipal”.
Por
isso, Sr. Presidente, com o maior respeito e carinho ao ilustre proponente,
estou antecipando o meu voto discordante, que, aliás, é acompanhado pelo
ilustre Ver. João Carlos Nedel, que, na sua Comissão, também... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar,
Ver. Reginaldo Pujol, todos os pareceres do Ver. Nedel a Projetos de minha
autoria são contrários - todos. Foi assim também em relação ao Projeto de Lei
das feiras de animais, ele alegava burocracia, mas, incrivelmente, não havia
nenhum disciplinamento para elas. O Projeto acabou sendo votado por unanimidade
nesta Casa, e o Poder Executivo e o Conselho de Veterinária nos agradeceram
pelo Projeto de Lei; agora, finalmente, Ver. Dr. Raul, nós temos um
disciplinamento para as feiras de animais, inclusive o Ver. Idenir Cecchim
contribuiu com uma Emenda importantíssima. O Ver. Nedel sempre dá parecer
contrário aos meus Projetos.
E
mais, Ver. Pujol: se este Projeto é inconstitucional, vamos fechar esta Casa,
porque o Município deixa de ser um ente; apenas a União passa a ser ente, não
existem mais Estados, não existem mais Municípios. Dizer que um Projeto como
este, Verª Fernanda, é inconstitucional é acabar com o Município, é acabar com
a Câmara de Vereadores, porque nós estamos apenas disciplinando uma parte:
apenas e tão somente em relação às escolas públicas do Município, sequer
adentramos o ensino privado. Vossa Excelência votou a favor de vários Projetos
de Lei disciplinando regras para a merenda escolar na cidade de Porto Alegre,
inclusive para a escola privada. Na semana passada, aprovamos Projeto de Lei
com relação ao programa para diabéticos, e V. Exª votou a favor! A partir daí,
inclui-se a escola privada. O nosso se resume, Ver. Braz, à escola pública.
Mais
ainda: o Vereador disse que seria impossível colocar o Projeto em prática! São
mais de cem os produtos, são 133 produtos, Ver. Pedro Ruas, que a Secretaria de
Educação compra para a merenda escolar. Sabem quantos deles são transgênicos?
Apenas oito! E todos os oito têm similar no mercado, Ver. Toni Proença. Repito:
dos 133 produtos, apenas oito são transgênicos, e todos os oito têm similar no
mercado.
Portanto,
não só é viável como possível. E isso já é feito em Montenegro, em Nova
Hartz, em Cachoeirinha, em Gravataí, apenas para dar alguns exemplos no Rio
Grande do Sul. Nós queremos apenas dar segurança aos alunos da rede escolar!
Isto aqui é o princípio da precaução: apenas dar segurança, suscitar o debate
sobre alimentação saudável na escola. Por isso, Ver. Pujol, não obrigamos a
usar o alimento orgânico, e sim priorizamos o alimento orgânico. Dentro de um
mercado de agrotóxicos e de degradação do meio ambiente na nossa lavoura, seria
impossível, infelizmente, oferecer sempre produto orgânico; por isso a
priorização, e não a obrigação dos produtos orgânicos na merenda escolar, no
nosso Projeto de Lei. Agora, transgênico é possível, sim, evitar, é possível
não comprar. São apenas oito produtos; os oito produtos transgênicos têm
similares no mercado com o mesmo preço ou, inclusive, com um menor preço, dos
mais de 130 produtos que a Secretaria compra. Está em nossas mãos o princípio
da precaução nas escolas públicas do Município de Porto Alegre. Viva a Saúde
Pública! Viva a democracia! Viva a Constituição Federal! Viva o art. 23 da
Constituição Federal! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste. Olha, Ver. Beto Moesch, é muito difícil - não é impossível, claro;
acontece, mas é difícil - que eu e a Verª Fernanda Melchionna fiquemos contra
algum projeto de autoria de Vossa Excelência. Porque são Projetos, Verª
Fernanda Melchionna, que marcam uma trajetória, Ver. Beto Moesch, da maior
importância e da maior seriedade. E veja bem que distância ideológica temos: eu
e a Verª Fernanda Melchionna somos do PSOL, um Partido de esquerda, considerado
o mais à esquerda de todas as esquerdas, e V. Exª é do PP, que sucede o PDS,
que sucedeu a Arena. Estou traduzindo aqui, Ver. João Bosco Vaz, a nossa
admiração pelo conjunto dos projetos do Ver. Beto Moesch, que são, de fato,
projetos de muita seriedade e que traduzem uma preocupação social relevante que
faz a diferença, são boas iniciativas do ponto de vista legislativo.
Este,
Ver. Beto Moesch, é mais um deles. É um excelente Projeto, porque V. Exª evita
- veja só aonde chegamos -, sendo este Projeto aprovado, que as nossas crianças
pobres sejam cobaias de experimentos transgênicos. Por falta, Verª Fernanda
Melchionna, de qualquer alternativa, o que lhes for servido será a sua
refeição, e é possível, lamentavelmente provável, Ver. João Dib, que
experimentos na área da alimentação transgênica tenham como cobaias as nossas
crianças mais carentes do Município de Porto Alegre. É isso que o Ver. Beto
Moesch quer evitar, e nisso nós somos parceiros. Não há como, Ver. Mario
Manfro, que preside a Sessão, desconsiderar o mérito de um Projeto dessa
natureza, é impossível pensarmos diferente, na medida em que sabemos, por
inúmeras informações, que esses experimentos não têm comprovada a sua isenção
de malefício na saúde. Por que as crianças que têm uma família que pode
escolher alimentos não são cobaias desse tipo de experimento? Que razão é essa?
Por que os nossos filhos não vão servir de cobaias nesse tipo de experimento?
Porque nós, pais e mães responsáveis, não vamos deixar, porque nós podemos não
deixar. Mas essas crianças mais carentes não têm quem não deixe, portanto elas
são obrigadas à ingestão desses alimentos por não terem outros. Então, é uma
irresponsabilidade de qualquer Governo, é uma inconsequência de gestão obrigar
que esse tipo de alimentação, que não tem comprovação de isenção de malefício à
saúde, seja ingerido cotidianamente pelas nossas crianças mais carentes, mais
pobres.
Então,
Ver. Beto Moesch, receba de nós, da Bancada do PSOL, a solidariedade, o apoio a
essa iniciativa, votaremos com orgulho no Projeto de V. Exª, sabemos que são
Projetos assim que fazem a diferença e que marcam a trajetória de um
Parlamentar. Conte conosco, parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o
Ver. Beto Moesch, sempre muito preocupado com a questão da ecologia em nossa
Cidade, traz uma discussão fundamental, e temos sido, muitas vezes, parceiros
de luta, especialmente na questão dos transgênicos e do que eles significam para
o meio ambiente e para a população em especial. Quero parabenizá-lo, Ver. Beto
Moesch, pela preocupação que o senhor teve na questão da segurança alimentar.
Nós já aprovamos alguns projetos aqui a esse respeito. Parece-me que há um
Projeto da Verª Sofia Cavedon também possibilitando na Rede Pública Municipal
que as crianças tenham acesso a uma merenda orgânica, a uma merenda natural,
que é o que nos preocupa, especialmente na Rede Pública.
O
Ver. Beto, ponderado como tem sido, socorre-se também de dados e diz que apenas
oito alimentos fornecidos na Rede Pública Municipal, nas escolas, têm, de fato,
algum problema relacionado com uma alimentação não natural, uma alimentação com
os transgênicos. E faz mais: além de ter essa preocupação do ponto de vista do
trabalho, buscando essa alimentação saudável no Município, ele traz o tema da
transgenia como uma discussão nesta Cidade. Nós temos visto, e o Greenpeace
tem-nos alertado, que empresas vendem esses produtos no Brasil, comercializam
transgênicos, produtos proibidos na Europa, minha querida conselheira Carmem,
que está aqui conosco. Então, aquilo que o consumidor europeu não aceita mais,
empresas aqui no Brasil continuam produzindo e vendendo, em larga escala, para
o consumidor brasileiro. Será que o consumidor brasileiro pode ser considerado
de segundo grau ou um subconsumidor? Porque aqui pode tudo; na Europa há um
controle maior das leis, mais severo e mais rígido em relação àquilo que é
produzido, especialmente do ponto de vista alimentar. Essas são questões que
nos fazem refletir sobre o consumo de alimentos não naturais, não saudáveis, do
ponto de vista dos transgênicos.
Também
há outra questão apontada pelo Greenpeace, quando nos coloca - meu querido
amigo Zeca, que está conosco aqui, Presidente do PT de Cidreira, seja bem-vindo
ao nosso plenário -, por meio de uma pesquisa, que 74% da população brasileira
não deseja, não quer consumir produtos que sejam oriundos dos transgênicos, ou
seja, querem uma alimentação natural, organicamente natural, sem nenhum
problema que interfira na alimentação da nossa população.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Só mais uma informação
importante: Ver. Pujol, não existe trigo transgênico, portanto o pão não é
transgênico, somente o milho e a soja. É importante colocar que o pão vai
continuar sendo comprado naturalmente sem precisar da especificidade. Então, é
importante informar, porque há certos pareceres que são feitos nesta Casa sem o
conhecimento que se deveria ter. Aí nós não avançamos em virtude do
desconhecimento, do preconceito e da falta de diálogo. Obrigado.
A
SRA. MARIA CELESTE:
Obrigada, Ver. Beto Moesch. De fato, sobre a questão dos alimentos
transgênicos, ainda há muito o que estudar e o que esclarecer. Agora, tenho
percebido o seu cuidado, especialmente quando o senhor traz que apenas oito
alimentos da merenda escolar nas escolas do Município têm que ser impedidos da
comercialização ou da apropriação pela Secretaria Municipal. Então, não há
problema nenhum, tendo em vista que estamos preocupados, sim, com as nossas
crianças, com os nossos adolescentes, que estão aí em uma condição peculiar de
desenvolvimento e que devem, sim, ter uma alimentação saudável e natural.
Portanto, este seu Projeto veio em boa hora, veio para a nossa reflexão,
devemos aprová-lo imediatamente. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Apregoamos
a Subemenda nº 01 à Subemenda nº 01 à Emenda nº 05, de autoria da Verª
Maristela Maffei, ao PLL nº 106/05.
Apregoamos
o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, que requer votação em destaque
do § 1º do art. 9º da Subemenda nº 01 à Emenda nº 05 ao PLL nº 106/05.
Apregoamos
o PR nº 020/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que concede Diploma de Honra
ao Mérito à Viação Teresópolis Cavalhada Ltda.
Apregoamos
PLL nº 088/10, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede Titulo de
Cidadão Emérito de Porto Alegre, in memoriam, ao Dr. Eduardo Sarmento
Leite da Fonseca.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, eu queria muito rapidamente, Ver.
Beto Moesch, parabenizá-lo pelo excelente Projeto e, ao mesmo tempo, me
solidarizar com V. Exª, que não encontra resguardo nem dentro do seu próprio
Partido. Acho muito triste - não falo do Ver. João Antonio Dib, que eu tenho
certeza de que apoiará este Projeto - que, às vezes, com projetos e com
posições políticas, Ver. Beto Moesch, a gente veja uma verdadeira caça às
bruxas na Câmara Municipal. Projetos de sua autoria recebem sempre parecer
negativo, contrário, de alguns Vereadores, que são os mesmos que buscam uma
excelência no formalismo, Ver. Pedro Ruas, tentando imputar determinados
processos e requerimentos que são dignos de pena do ponto de vista político.
Num projeto para melhorar a vida e que objetiva uma alimentação saudável para
as crianças pobres, a gente vê que não há nenhum preciosismo do ponto de vista
da forma ou de conteúdo em relação ao Parecer. É uma pena que o senhor tenha
recebido, num processo tão importante, um parecer contrário, porque se trata
justamente de uma adequação no Município de Porto Alegre, de um movimento
nacional que vem sendo feito e adotado por vários países, de restringir o uso
de alimentos geneticamente modificados.
Em
primeiro lugar, não existem estudos que comprovem, a médio prazo, o impacto da
alimentação contínua com os alimentos geneticamente modificados na vida das
pessoas. Não é à toa que as organizações não governamentais, que um setor, Ver.
Reginaldo Pujol, vinculado ao ecossocialismo, que os lutadores ambientalistas
dizem que nós não somos cobaias. É porque, de fato, não existe esse estudo, não
existem as informações necessárias, Ver. Luiz Braz, para que as pessoas possam
adquirir os produtos; do ponto de vista do mercado, apesar da necessidade
legal, nós vemos em letras minúsculas, que dirá o Município, que compra
alimentos geneticamente modificados, enquanto oferta de merenda escolar, para
aqueles que não têm opção de comer ou não. É um Projeto, Ver. Beto Moesch,
preventivo, nós sabemos disso, mas é fundamental que ele seja aprovado aqui na
Câmara Municipal.
Aliás,
diga-se de passagem, o Brasil perdeu várias exportações por causa das mudanças
genéticas dos alimentos vinculados à exportação brasileira. Com todas as
críticas que temos, Ver. Pedro Ruas - é o agronegócio, é a depredação do solo,
é esse modelo de agricultura que beneficia somente os grandes -, na verdade se
perderam muitas exportações de soja e de milho, fruto do uso de transgenia
nesses alimentos aqui no Brasil. Vários países europeus deixaram de comprar
esses produtos brasileiros em função dos transgênicos.
Em
segundo lugar, nós estamos avançando, Ver. Bosco - comentávamos, inclusive -,
rumo à alimentação saudável. Estamos avançando, temos Projetos da Verª Sofia,
da Verª Celeste, com relação à segurança alimentar. São Projetos louváveis e
que, de fato, colocam, Ver. Dr. Raul, uma preocupação desta Casa, de vários
políticos, no sentido de se produzir alimentos saudáveis. Portanto, coibir,
proibir a compra de alimentos transgênicos é fundamental.
Também
é fundamental debatermos, em outro momento, a questão do uso dos agrotóxicos,
ou seja, daqueles alimentos que são oriundos das grandes plantações e lavouras
que usam agrotóxico, que é extremamente tóxico. Há um estudo do MST que diz que
são ingeridos sete quilos de agrotóxicos por ano em todos os alimentos que
comemos, o que é extremamente preocupante do ponto de vista da saúde. Que
possamos, de fato, fazer com que a merenda escolar esteja vinculada à
agricultura familiar, com a pequena agricultura, com as cooperativas,
estimulando o uso de alimentos saudáveis e estimulando a pequena propriedade,
como forma de crescimento econômico e de valorização dessas pessoas.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto do Ver.
Beto Moesch deixa-me pensativo. Por ter muitos anos de Medicina, em Medicina do
Trabalho, tive a oportunidade de conviver com uma série de situações, com uma
série de substâncias que levam os trabalhadores a terem problemas seriíssimos
de saúde, que muitas vezes levam à própria morte desses trabalhadores. Então,
temos uma maneira de dialogar, através deste Projeto, com a Saúde Pública, com
a saúde individual, com o coletivo, com o que nós realmente queremos de
qualidade de vida e de saúde para as pessoas.
Eu
me recordo de vários casos de atividades profissionais. Cito, por exemplo, o
ruído: as pessoas faziam teste de tweeter, em empresas, direto no
próprio ouvido. Ou seja, para saber se o tweeter do alto-falante estava
bom ou não, o funcionário era obrigado a escutar 110 decibéis. Isso, graças a
Deus, acabou. As pessoas tinham de conviver com a poeira de asbesto,
principalmente para fazer aquelas manutenções nos freios, e sabe-se atualmente
que aquilo causa mesotelioma pleural, ou seja, causa câncer. Hoje isso é
proibido no Brasil. O zinco serve para fazer a galvanoplastia, para deixar
zincado, para deixar bonito, e os funcionários, ao longo do tempo, sem
proteção, sofrem perfurações de septo nasal pelo zinco, ou seja, ficaram
deformados, ficaram com problemas seriíssimos. Aquelas pessoas que manejam
óleos, graxas e não usam cremes, não usam luvas, o que acontece muitas vezes?
Câncer de pele. E assim nós vamos indo.
Então,
a questão da alimentação ainda nos dá a possibilidade de ações preventivas.
Este Projeto nos dá essa condição, por quê? Porque, na realidade, nós não temos
ainda conteúdo totalmente disponível, vamos dizer assim, do ponto de vista
científico, para que possamos avaliar, realmente, concretamente, quais os
malefícios desse tipo de substância geneticamente modificada. Não podemos
propor aos nossos jovens, em especial, que a utilizem.
O
Sr. Pedro Ruas: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu serei breve, apenas para
cumprimentá-lo, porque, do ponto de vista técnico, Ver. Dr. Raul, V. Exª nos
traz dados da maior relevância. Eu, que conheço alguns deles - porque trabalhei
muito com as NRs nos 14 e 15, trabalhei muito com a questão da
galvanoplastia, com a questão do zinco, com a questão do uso do decimilímetro,
da necessidade de identificar esses prejuízos auditivos, ainda na condição de
advogado, verificando doenças decorrentes da atividade laboral -, saliento a
importância do seu pronunciamento. E quero dizer que esses malefícios
terminaram por força de lei. E é o que aqui estamos buscando com o Projeto do Ver.
Beto Moesch. Cumprimento V. Exª, que traz à lembrança problemas que existiram,
que trouxeram vítimas e que terminaram por força de lei.
O
SR. DR. RAUL: Agradeço o
aparte.
Quero
registrar que existem outras áreas de extrema relevância que já tiveram legislação
nesta Casa. Tenho a convicção de que o próprio Ver. Beto legislou nesse
sentido, que é sobre a questão das radiações que envolvem a telefonia celular.
Hoje, na telefonia celular, já existem alguns parâmetros para que possamos
evitar a proliferação de antenas junto a hospitais, escolas; ações preventivas
de alta relevância para a sociedade. Temos de fazer o desenvolvimento econômico
sempre pensando na vida, na saúde, na inclusão e no meio ambiente. Obrigado.
Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, de plano, quero
cumprimentar a minha camarada, a Deputada Federal Manuela D’Ávila, presente
neste plenário, sempre nossa Vereadora, seja bem-vinda.
Ver.
Beto, fico muito orgulhosa com o seu Projeto, que está sendo discutido neste
momento. A priori, por uma questão de visão, sempre fui contra essa
comercialização. Mas o mundo vai evoluindo, e nós vamos também nos adequando
não no sentido de ficarmos tranquilos em relação ao que está acontecendo, mas,
no mínimo, atentos à questão das regulamentações. Foi de minha autoria a
primeira lei, Verª Fernanda, sobre a questão da rotulação dos transgênicos no
nosso País. Depois veio a lei federal que regulamentou a questão das pesquisas,
que é a Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que trata de todas as
competências, preocupações e regulamentações sobre a questão do plantio.
Com
certeza, bem antes desta Vereadora, o Ver. Beto Moesch, como militante dessa
área, pela qual tenho muito respeito, já trabalhava em relação a isso, e ele
traz aqui todas as preocupações. Se estão estabelecidas na Constituição Federal
essas preocupações - não vou aqui divagar sobre todas elas, mas é importante
que se diga -, é, sim, nossa obrigação estar preocupados com as questões do
nosso Município. Se existe uma lei maior, temos que estabelecer também a
regulamentação, considerando as preocupações da população, além da questão das
escolas, para o bem da segurança alimentar de todos, para que as pessoas saibam
o que estão consumindo, saibam sobre a alimentação que está na sua mesa. Não
basta a questão visual, não basta baratear a alimentação, se não está claro o
tipo de alimento que as nossas crianças, os nossos adolescentes estão
consumindo. Que tenhamos parâmetros, regulamentação e mecanismos, nós devemos
nos apropriar e colocar em prática este Projeto, que está sendo discutido e
que, com certeza, terá o apoio de todos os nobres Vereadores e Vereadoras.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, eu vou abrir
mão da minha fala e dizer que também apoio o Projeto. Em relação à alimentação
escolar, há legislação federal priorizando a agricultura familiar, com
alimentos, inclusive, sem agrotóxicos. Então, é uma evolução que todos estão
assumindo. O Ver. Beto Moesch está de parabéns! E nós estamos o apoiando.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu
sei também, Verª Sofia Cavedon, que é de sua autoria e da Bancada do seu
Partido Projeto aprovado nesta Casa estabelecendo alimentos sem uso de
agrotóxico na merenda escolar no nosso Município. Então, são avanços
consideráveis na legislação de Porto Alegre.
É
uma pena que, na época, Ver. Beto Moesch, uma ADIn derrubou o nosso Projeto de
Lei, até porque, em âmbito nacional, na Constituição Federal, já estava sendo
incluído. E hoje o senhor faz jus a uma luta antiga de todos nós. E que bom que
seja o senhor, e que nós estejamos neste momento votando o Projeto. Parabéns!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro):
Peço ao Ver. João Carlos Nedel, que é o próximo orador inscrito, que, após
fazer uso de seu tempo, me substitua na presidência dos trabalhos, como membro da
Mesa, por alguns instantes.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Ilustre Presidente Mario Manfro, Vereadoras e Vereadores, eu raramente uso a
tribuna, mas hoje o Ver. Beto Moesch afirmou que eu sempre dou parecer
contrário aos seus projetos e quero dizer que não é verdade; Vereador, não é
verdade! Eu me recordo de três projetos seus aos quais eu dei parecer contrário
mesmo. Primeiro, o projeto que regulamentava as exposições de animais. Um
projeto de, sei lá, oito, dez páginas, especificando os detalhes. Se essa lei
for aplicada integralmente, eu duvido que haja uma exposição de animais que
esteja de acordo com ela. É impraticável, tamanhas as dificuldades que cria
para a exposição e venda de animais domésticos. O segundo projeto a que dei
parecer contrário foi o que efetua o tombamento de cinquenta ruas em Porto
Alegre e mais um bairro, pedindo proteção especial às árvores e à pavimentação
dessas ruas, chamando de Túneis Verdes. É uma dificuldade muito grande para a
Prefeitura conseguir manter essas cinquenta ruas com as árvores praticamente
tombadas - chama-se proteção especial -, obrigando a fazer os manejos. A
própria Secretaria Municipal do Meio Ambiente não é favorável ao Projeto. A própria
Secretaria! E eu naturalmente dei parecer contrário, porque isso irá trancar a
Cidade. E o terceiro foi este Projeto, que fala da proibição de se adicionarem
produtos transgênicos à merenda escolar.
Primeiramente,
eu não dou parecer favorável ou desfavorável para um ou outro Vereador. Eu
examino, analiso o que é bom para a Cidade, o que é bom para a população sob a
minha ótica, e espero ter essa liberdade sempre. Segundo: os alimentos
transgênicos reduzem o custo de produção, porque têm maior produção, maior
qualidade genética, o que é um avanço para a nossa população. As pessoas morrem
é de fome, não por consumirem alimentos transgênicos. Não há nada, não há
nenhuma lei que diga que alimento transgênico faz mal. A própria exposição de
motivos do ilustre Vereador, meu colega de Bancada que agora está me
criticando, diz assim (Lê.): “[...] ainda não há comprovação de que esses
produtos não apresentam riscos futuros à saúde da população.” A Constituição
não proíbe; pelo contrário, a lei federal permite o uso dos transgênicos. E
mais: o Professor Milton Menegotto lançou um livro dizendo que não há nada que
prejudique a saúde em função do uso de alimentos transgênicos.
E
nós temos produtos transgênicos no pão, porque existe pão de milho, existe soja
misturada ao pão. Então, como é que vai haver fiscalização pela Prefeitura
desses produtos? Por exemplo, como é que vai ser comprovado que o molho... (Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09. (Pausa.)
Desiste.
O
Ver. André Carús está com a palavra para discutir o PLL nº 043/09.
O
SR. ANDRÉ CARÚS: Sr.
Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
Verª Manuela, Deputada Federal que nos visita, amiga de muito tempo; em breve
vamos aprovar matéria de alta relevância, inclusive, como signatário de Emenda
que esclarece a obrigação legal de quem irá arcar com essas despesas. É uma
demanda muito justa aqui dos jovens, da comunidade, em favor da educação, algo
que certamente será aprovado pelos colegas Vereadores.
Venho
aqui, Ver. Beto Moesch, para louvar esta iniciativa e acho que muito mais.
Estamos dentro de um Poder Legislativo, e é natural que o legislador não
desobedeça nenhum princípio constitucional ou uma lei hierarquicamente superior
a que se propõe aqui na seara municipal. Mas a sua proposição,
fundamentalmente, obedece a um princípio constitucional respaldado pelo art. nº
225, que também é intergeracional, que é o que prevê um meio ambiente
ecologicamente equilibrado às atuais e futuras gerações. O que propõe aqui o
Ver. Beto Moesch, quando proíbe a utilização de alimentos geneticamente
modificados na composição das refeições que estão presentes na rede de ensino
municipal, obedece a isso. E o legislador, o constituinte, lá de 1988, já
antevendo a intervenção dessas questões, como os alimentos geneticamente
modificados, adotou, como a sua proposição, um princípio preventivo; na
verdade, o que se pretende, com este Projeto, é isso.
Então,
logicamente que divergências jurídicas acerca da matéria ou questões que
perpassem os interesses políticos estão dentro do jogo do processo legislativo,
são naturais dentro de um Poder Legislativo que tem, na discussão democrática,
um dos seus principais pilares. Hoje, a partir da proposta do Ver. Beto Moesch,
não se pretende proibir os alimentos geneticamente modificados na alimentação
dos alunos que estão ocupando as vagas da Rede Municipal do Ensino para atender
a um princípio que anteriormente se combatia - transgênicos demolindo
plantações, ou coisas do gênero. Não é assim! Antigamente se combatia isso,
usava-se isso como bandeira, inclusive, eleitoral. E a proposta do Ver. Beto
Moesch contraria isso, parte para um campo mais efetivo, de aplicação da lei em
favor das futuras gerações, que é o que prevê, inclusive, o princípio
constitucional de preservação, restauração e equilíbrio do meio ambiente.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carús, eu já
havia falado anteriormente que V. Exª tem se destacado neste período em que
está conosco qualificando muito esta Casa. É bem neste sentido: este Projeto
vem embasado no princípio do debate, do diálogo, com o objetivo de debater
melhor esse assunto dentro das escolas. Inclusive, em relação ao uso dos
agrotóxicos, que o Dr. Raul colocou muito bem aqui, temos que debater mais.
E
quero dizer, aproveitando o seu tempo, que temos os Pareceres favoráveis dos
Vereadores Mauro Zacher, João Pancinha, Sofia Cavedon e Dr. Thiago Duarte. O
art. 23 da Constituição Federal é claro, assim como o art. 30, em dizer que
cabe, sim, ao Município zelar pelo meio ambiente, pela Saúde Pública, pela
distribuição de alimentos - está expresso no art. 23 -, assim como disciplinar,
normalmente, as suas especificidades. Obrigado.
O
SR. ANDRÉ CARÚS: Entendo,
então - concedendo aparte ao Ver. Beto Moesch, proponente desta matéria -, que
é um tema absolutamente relevante. Porto Alegre dá um passo significativo
aprovando este Projeto. Serão beneficiados hoje aqui os alunos da Rede
Municipal de Ensino, mas Porto Alegre, com a aprovação dessa matéria, dará um
passo adiante de combate consequente e responsável à má utilização dos
alimentos geneticamente modificados, que, muitas vezes, acabam ocupando as
mesas e os refeitórios das escolas sem o conhecimento dos alunos e das próprias
famílias. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a votação do PLL nº 043/09,
por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. João Carlos Nedel; quero, inicialmente, agradecer ao Ver.
Ferronato pela cessão do seu tempo: muito obrigado, Vereador! Desejo também cumprimentar
a Deputada Federal Manuela d'Ávila, sempre Vereadora para nós! É um honra tê-la
aqui no plenário novamente - ela, que nos representa tão bem no Congresso
Nacional. Um Projeto de sua autoria, meritório, juntamente com a Verª Sofia
Cavedon, justifica a sua presença, tomara que houvesse outros para termos a
Deputada entre nós em outros momentos.
Ver.
João Carlos Nedel, V. Exª utilizou uma expressão muito dura aqui, mas que, na
verdade, dá o fundamento do nosso apoio ao Projeto. Veja bem, Ver. João Carlos
Nedel, disse V. Exª na tribuna: “O que mata não são os transgênicos, o que mata
é a fome”. A curto prazo, é verdade; mas esse é o elemento da chantagem. Esse é
o elemento da chantagem! É por isso que as crianças pobres têm de comer os
transgênicos, porque em curto prazo, Ver. DJ, elas morrem - elas morrem, em
curto prazo, sem o transgênico! Elas passam a ser, pela necessidade e porque a
fome mata, realmente, as cobaias das grandes empresas, das “Monsantos” da vida,
que veem nessa necessidade, nessa falta de alternativa frente à fome, as
cobaias perfeitas: crianças pobres do mundo todo. Lamentavelmente, nós, à
exceção da Deputada Manuela d'Ávila, só podemos legislar em relação a Porto
Alegre, mas gostaríamos de legislar para o mundo em relação a esse tema, porque
é inaceitável que o problema da fome - V. Exª falou bem, é da fome, sim, que
mata em curto prazo - seja elemento suficiente para essas crianças sem
alternativa, Ver. Beto Moesch, porque a alternativa é a fome ou a morte,
portanto não há escolha, Ver. Toni Proença, não há! É a fome ou a morte,
portanto não existem alternativas, por isso elas passam a ser as cobaias das
grandes empresas multinacionais do setor.
A
gente sabe, Ver. DJ Cassiá, como é a mecânica desse jogo, nós sabemos o que
eles pensam: “São pobres, são miseráveis; se não comerem isso, não têm o que
comer, dá isso, e eles que se contentem”. É assim que eles pensam, é assim que
funciona a lógica terrível do capitalismo exagerado, a lógica terrível da
sofisticação da exploração. Essa barbaridade que ocorre não pode passar por nós
sem manifestação. Neste momento, a manifestação é o Projeto do Ver. Beto
Moesch. O Ver. João Carlos Nedel falou que a fome mata. Mata, sim, em curto
prazo - é essa a ameaça, mas é esse o elemento da chantagem. O Ver. Dr. Raul
captou muito bem, muito bem! Quantas e quantas vezes nós vimos, DJ Cassiá, ao
longo dos anos - o Dr. Raul como médico e eu como advogado na área do trabalho
-, a doença profissional, a incapacitação profissional e o óbito em decorrência
disso. Quantas vezes vimos isso! Quantas vezes, talvez, teremos que ver, Dr.
Raul, no futuro, a doença e o óbito decorrentes de alimentação transgênica? Mas
alguém, no presente, dizia: “Então, que passem fome!” Não, mesmo! Não, mesmo!
Há uma responsabilidade do Poder Público, sim, e nós a exerceremos. Alimento
transgênico não tem garantia de isenção de malefício à saúde, portanto não pode
ser consumido! Nem por rico, nem por classe média, nem por pobre! E não é o
pobre, que, por não ter alternativa, passa fome, que vai ser a cobaia! Não
será! Não será, porque nós não permitiremos. Nós não permitiremos! O Projeto do
Ver. Beto Moesch é um exemplo entre tantos outros que podemos fazer. Mas esse,
no dia de hoje, vai ser aprovado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrada
a discussão. Em votação o PLL nº 043/09. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 043/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, integro-me àqueles que
saúdam a presença da Deputada Federal Manuela D’Avila aqui conosco, mas, de
imediato, vou ao assunto.
É
de minha formação política me posicionar diante dos fatos. Vi o Ver. Beto
Moesch, por quem tenho o maior apreço pessoal, ser apoiado na sua proposta por
integrantes do PSOL, do Partido Comunista do Brasil, do Partido dos
Trabalhadores, enfim, integrantes de várias agremiações da Casa. Eu não entendi
por que o Ver. Raul lhe deu apoio tão expressivo, como os demais deram, mas
enfim... De certa forma, Ver. João Carlos Nedel, é paradoxal que eu, que tenho
esse apreço pessoal pelo Ver. Beto Moesch, tenha posição dele divergente, mas
assim o é. Jamais vou estabelecer um relacionamento com alguma pessoa - o Líder
do PSOL conhece-me muito bem de longo tempo - na base da postura farisaica,
fingir um apoiamento quando há uma discordância.
Vereador-Líder
do Partido da Social Democracia Brasileira nesta Casa, Ver. Luiz Braz, quando o
meu querido amigo Ver. Beto Moesch invoca o art. 23 da Constituição Federal,
forçosamente nos obriga a trazer o art. 24 dessa mesma Constituição, que
estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre vários itens, e o item V define a produção e o consumo.
Não foi por outra razão que, em nível federal e estadual, já se legislou sobre
essa matéria, e nenhuma das legislações condenaram a transgenia. Aliás, eu
tenho a impressão de que a maioria das pessoas não sabe o que é transgenia.
Simplesmente nós estamos contra a transgenia da mesma forma que nós estávamos
contra a Holanda quando jogou contra o Brasil. Nós estamos contra, porque somos
contra, porque está jogando pelo outro time. Mas os organismos geneticamente
modificados, meu caro e brilhante jovem Vereador, estão há muito tempo
inseridos na vida da sociedade brasileira, especialmente a partir dos anos 70.
E, como todos disseram muito bem, até hoje ninguém conseguiu comprovar o
malefício proveniente desses organismos geneticamente modificados. São avanços
científicos em função do surgimento da famosa engenharia genética, que passou a
se desenvolver neste País.
Hoje,
disse o ilustre autor, que o pão não está incluído nessas vedações. Penso que o
Vereador esqueceu da sua leitura, quando diz (Lê.): “Art. 1º Fica proibida” - e
a expressão proibição já pega mal - “a utilização de alimentos geneticamente
modificados na composição das refeições fornecidas aos alunos dos
estabelecimentos da Rede Municipal de Educação”. Ora, todos nós sabemos que
hoje, no Rio Grande do Sul, só se produz trigo, base do pão, em função da
transgenia, dos organismos geneticamente modificados. No avanço de energia
genética deste País, a partir de um grande trabalho da Embrapa, criaram-se
espécies adaptáveis à realidade gaúcha, e, com isso, obviamente, Ver. Nedel,
dispomos de trigo capaz de ser produzido no nosso clima e na nossa área. E
várias são as outras situações.
Então,
Sr. Presidente, eu quero dizer que eu estou colocando o alerta: a
inconstitucionalidade desta matéria é absoluta; o Ver. Nedel, inclusive, a ela
se referiu. A circunstância de que o nosso voto seja minoritário, Ver. Beto
Moesch, fique tranquilo... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não
há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, por solicitação do Ver.
Reginaldo Pujol, o PLL nº 043/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Temos 15 votos SIM e 01 voto NÃO. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h24min.)
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